Criminologia, Direito, Literatura e Cinema: breves reflexões sobre o processo de Humanização

Nietzsche considerava a arte necessária, um respiro da realidade, em tempos que, ainda que não aparente, demonstram-se sombrios. Sem declinar da realidade, o direito é resultante do seu tempo e de valores construídos socialmente, mas também é uma produção do que podem pensar sobre a realidade, de forma mais ampla. E é isso a que se propõem os grupos de pesquisa, possibilitam ir além do que nos é dado em determinado momento, se propõem à reflexão artística, à sua relação com a vida produzida pelos autores e autoras em outros tempos, de forma que se pode ver que a realidade, em contante mudança, não pode declinar de profunda reflexão e que a mera formação teórica não basta a formação humanística desejada. A obra faz a leitura, e por vezes releitura, de realidades diversas frente ao direito posto, proposto e revogado, refletindo sobre como se pode avançar de forma a não desprezar a cultura como elemento formador de tod@s que se dispõem a avançar no que é dado irrefletidamente. A construção coletiva realizada consagra uma cultura com suas diversidades, com a busca pela divergência respeitosa. Cada capítulo carrega a leitura da obra literária ou cinematográfica, agora também dos leitores e dos autores e autoras. Essa produção é realizada considerando os debates realizados durante as reuniões dos grupos. O projeto de ensino Direito e Literatura, que englobou também as obras cinematográficas, em suas diversas modalidades, assim como ocorreu no grupo de Criminologia, produziu uma “visão” acadêmica sobre a arte. Todos os capítulos carregam, portanto, um pouco de quem os escreve e, no caso, diversos são os que compõem a obra. Logo, as “visões” são também diversas, enriquecendo o seu valor acadêmico. Ler tem se tornado raro e talvez a maioria sequer se dirija a esta aba, talvez a perda de leitores e leitoras esteja gestando uma “geração de tela”. Ainda assim haverá a saudável resistência dos que se propõem a relacionar as temáticas e sobre elas dizer que historicamente a cultura resistiu e permanecerá no fronte. Onde existir a humanidade, a cultura se fará presente. No nosso caso, entregamos esta obra.