
A produção dos espaços de fronteira nos relatos de viagem: cidade, Estado e nação. A fronteira Brasil-Argentina nas primeiras décadas do século XX
Autoria: Marilene Aparecida Lemos
“O espaço de fronteira abrangido pela pesquisa acomoda historicamente a presença de diferentes línguas e também de suas misturas, como a da língua espanhola com o guarani, na proximidade do Paraguai, onde esta última predomina, e com a portuguesa. E, além desta, a mistura do espanhol com o português. Sabemos, pelos estudos do discurso, que tanto as línguas nacionais quanto as misturas de línguas configuram distintas materialidades linguísticas, que funcionam segundo sua interpretação nas práticas discursivas. Contudo, analisa a autora, neste arquivo a mistura das línguas é interpretada, também ela, assim como as línguas maternas de imigrantes, no contraste com as línguas nacionais, justamente como uma prática linguística que ‘desnacionaliza’ o trabalho em curso de construção da nação, já que tais materialidades são tomadas por ‘discursos sobre a língua’, ligados a uma determinada história social em que se notabiliza uma história de ideias linguísticas. A fluidez das relações entre as línguas que se misturam nesta fronteira é espelho daquelas entre os sujeitos e os espaços pelos quais transitam e um empecilho para traçar a linha de demarcação clara entre as nações limítrofes.”
Do Prefácio de Carolina Rodríguez-Alcalá e Maria Onice Payer
Ano de lançamento | 2025 |
---|---|
Formato | |
ISBN [e-book] | 978-65-265-1824-3 |
Número de páginas | 188 |