Esta obra nasce do curso “Poéticas do Brincar” oferecido pelo Núcleo de Educação e Estudos da Infância da Universidade de São
Carlos, UFSCar campus Sorocaba/SP em 2020. Em meio a pandemia o Núcleo se propõe a atender demandas que emergem nas relações entre a academia e profissionais e seus cotidianos das escolas da infância.
Cada uma das docentes e palestrantes do curso foram convidadas a participar deste livro que ora organizamos, além de outras autoras
que nos brindam com seus trabalhos e suas reflexões a respeito do Brincar e suas poéticas.
Maria Walburga dos Santos nos inspira e coordena esta coleção Oba-Obá, da qual fazemos parte com nossas vozes, nossos gestos,
nossos cantos, nossa cadência. Desejamos que esta nossa experiência atenda ao que aspira a coleção Oba-Obá.
Com linguagem didática e acessível a estudantes de cursos de Licenciatura e docentes da Educação Básica, bem como ao público em
geral que se interesse pela temática, os artigos ou ensaios são originários de pesquisas ou práticas docentes com base na interface entre Educação Infantil e as poéticas das infâncias, dialogam sobre as possibilidades do brincar, suas características, regionalizações, lugares, potencializando o olhar para essa ação que se desloca através do tempo e dos lugares.
Pensar, dialogar e compartilhar a respeito dessas possibilidades e assim oferecer elementos para a ampliação dos repertórios culturais,
estéticos, éticos, políticos buscamos tirar o leitor do lugar comum, por meio dos estudos e reflexões propostas.
Entendemos como necessário o diálogo a respeito do brincar, algo que vem sendo difundido como fundamental. De que brincar estamos
a falar e de que maneiras ele vem ocorrendo em diversas partes do Brasil e do mundo? Como brincar pode mover as ações das crianças e
estabelecer relações com os adultos? Como a Educação dialoga com o brincar? Nesse trabalho abordaremos a temática, retomando contextos e refletindo a respeito de sua contemporaneidade.
As autoras, professoras e estudiosas do tema, nos apresentam reflexões para ampliarmos e trocarmos conhecimentos a respeito das
potencialidades do brincar não apenas nos espaços da Educação Infantil (creches e pré-escolas), mas considerando o cotidiano e aspectos culturais e sociais que envolvem o tema.
A experiência se fez, de uma ideia tecelã se vislumbrou fios diversos em textura, peso, cor, materialidade – fios que perpassam cada
capítulo desta obra buscam na história da humanidade, da educação, da pedagogia, na filosofia e se esparramam e retomam as tramas pelo chão das universidades, das brinquedotecas, nas escolas da infância, pelas mãos e corpos inteiros, memórias, vozes das crianças que são, que somos, que fomos.
Os fios que se entrelaçam, tensionam, sustentam e dão leveza ao tecido que nos envolve e nos liberta, nos protege a pele e nos aquece…
Assim pensamos a tessitura deste trabalho. Mais que a organização de um livro, foi, tem sido uma grande experiência para nós organizadoras e autoras.
Jorge Larrosa e Walter Kohan nos dizem com Foucault “que escrevemos para transformar o que sabemos e não para transmitir o já
sabido. […] Educamos para transformar o que sabemos, não para transmitir o já sabido” (2021, p. 5). Assim saímos transformadas desta
empreitada, dessa experiência, pois envolveu desafios, emoções, profundas reflexões do que defendemos a respeito do brincar, da
educação e da infância.
Quisera fazer sentido para muitas gerações de estudantes, educadoras e educadores, para refletir, pensar, repensar e sustentar
novos avanços nos estudos da infância. Boas leituras, carinhosamente…
Roseli Gonçalves Ribeiro Martins Garcia
Ana Cristina Baladelli Silva
Alessandra de Campos e Silva Rosa
Angelica Paola dos Santos Ferreira Nascimento
