O livro, que oferecemos gratuitamente às/aos discentes e às/aos docentes de todos os níveis escolares, é fruto da existência de uma instituição que vem sendo atacada por forças reacionárias há muitos anos: a universidade pública, laica e gratuita. A ela dedico essa obra.
Dessa forma, vale esclarecer que os textos aqui reunidos são uma resposta límpida e incontestável às dúvidas sobre o fazer docente no âmbito da referida instituição. Mais ainda, carrega uma especificidade ao se apresentar como tradução da seriedade dos estudos, pesquisas, debates, seminários e demais eventos acadêmicos promovidos nos cinco árduos anos de trabalho do Laboratório de História da Educação Latino-Americana (LHELA).
Criado em 2017, o LHELA abarca o campo de estudos da História da Educação a fim de alcançar o espaço latino-americano e possibilitar a execução de parcerias com diferentes instituições e atores na consolidação de um projeto de aproximação entre ‘vizinhos’ tão próximos e, ao mesmo tempo, tão ‘distantes’ no que concerne à construção de um projeto identitário de um bloco histórico, geográfico, político, social e educacional. Ademais, abriga estudos comparativos sobre formação de professores, instituições de pesquisa e ensino entre o Brasil e os demais países da América Latina.
As pesquisas de mestrado e doutorado desenvolvidas no LHELA, que se fazem presentes nos capítulos, estão inseridas no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) com quem estou em dívida face ao apoio irrestrito a fim de garantir o financiamento para a consecução desse livro.
Assim, os textos que compõem essa coletânea representam o desejo de analisar a educação por lentes de alcance distinto: o micro e o macro. Não esquecendo que se tratam de distâncias que se cruzam o tempo inteiro. Mais do que isso, são, no geral, escritos atravessados pela História e forjados pela História da Educação numa tentativa de se aproximar da nossa América Latina iluminando a Baixada Fluminense, voando sobre o Brasil e chegando aos Andes em uma viagem que, somente, os olhos mais atentos e sensíveis podem enxergar, pois há muito o que se ver por sobre o muro da intolerância, da violência e das atitudes antidemocráticos que insistem em ofuscar o nosso tempo. Por mais que tentem… não conseguirão.
