
Discurso e Saúde: hegemonia de sentidos, corpo e sujeito
Organização: Paula Chiaretti, Juliana de Castro Santana, Marcos Barbai
Na atualidade, o discurso da saúde se apresenta como aquele que pode, ao se constituir como um lugar que adensa uma hegemonia de sentidos sobre os sujeitos, seus corpos e suas práticas, agenciar a subjetividade, escabeceando-se como uma discursividade que produz efeitos de verdade cientificamente legitimada que, por sua vez, prescrevem as normas das quais os indivíduos da sociedade contemporânea carecem, devido ao declínio das narrativas tradicionais (ligadas à religião, ao Estado-Nação, ao sangue, à raça etc.), e que produziam um efeito de estabilidade das formas de identificação no passado. De certa maneira, as ciências biológicas, em especial as ciências médicas, encontram, no esvaziamento dos ideais normativos anteriores, um terreno fértil para construção de um discurso hegemônico, a partir do qual o sujeito, desarrimado, busca incessantemente enganchar sua identidade “o que é/o que deve ser” para se manter saudável e feliz. De que forma o corpo e a subjetividade são afetados por essa discursividade que prescreve padrões de conduta e de saúde? Que efeitos produzem nas práticas discursivo-sociais?
Interessa-nos, nesta coletânea, analisar quais são os sentidos que circulam acerca da saúde que, embora seja uma área bastante ampla, complexa e controversa, parece se dedicar a reunir e endereçar diversas doenças e sintomas que materializam nossa condição de existência na contemporaneidade como, por exemplo, a depressão, a ansiedade, síndrome do pânico, síndrome de Burnout ou do esgotamento profissional, síndrome da gaiola ou medo de sair de casa, dentre tantas outras síndromes, sintomas e doenças classificáveis e inclassificáveis, cuja lista não cessa de aumentar.[…]
Pouso Alegre, 29 de novembro de 2021.
Juliana Santana,
Marcos Barbai,
Paula Chiaretti.
Ano de lançamento | 2021 |
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Formato | |
ISBN | 978-65-5869-669-8 |
Número de páginas | 257 |