Este livro nasce, tem sua infância, junto a uma série de temáticas que transversam o Grupo Imago – laboratório da Imagem, experiência e criação – Unesp Rio Claro. Estas temáticas foram sendo compostas por pesquisadores, estudantes e professores que compõem o Grupo Imago, bem como por grupos parceiros que ao longo de uma trajetória estiveram presentes com suas contribuições, suas perspectivas, seus modos de nos afetar. Assim, foi proposto a produção de um texto, na forma de um template apresentado como uma página em branca do word, com o propósito de ‘fazer perguntar’. O que pode um texto? O que pode uma página/tela em branco fazer produzir? Afirmar uma vida? Afirmar modos de fazer pesquisa, afirmar a educação como potência do encontro. Pode um texto, um livro pensar crianças para além de uma infância modulada por signos já pré-definidos? Como produzir algo que nos acene para um pensamento infantil junto às crianças e suas capturas? O que corpos de professoras e de crianças experimentam no encontro com a arte e a infância? Como nascem as pesquisas? Ou mais especificamente: como nascem as pesquisas em Educação? Como nascem pesquisas com crianças? Como nasce a escrita de uma pesquisa? É possível lidar com a instituição escolar para além de seus modos de manutenção e reprodução de um círculo vicioso tranquilizador de diagnósticos? Quais espaços para os conhecimentos ancestrais, indígenas na educação? O que pode a arte nos ajudar a pensar a educação? Entre dança, teatro e cinema; o que pode o encontro das artes? O que, daquilo que fixa na fotografia atrai o olhar das professoras? Qual o lugar da pergunta numa experiência de alfabetização filosófica? O que a pergunta cria, produz? Pensamentos? Diálogos? Rupturas? Encontros? Desencontros? Quais os efeitos do movimento de pensamento das crianças, esboçados em desenhos, para a problematização a respeito das existências às quais temos nos aliançado nas movimentações curriculares? Até que ponto o acontecimento produzido por esse acidente mor, chamado de pandemia da COVID-19, não teria produzido, mais do que uma educação sem rosto, um governo sem infância, sem defecções ou desvios, sem diferenças, levando à última potência o ensaio de um maquinismo mórbido?
