Nos capítulos que compõem esse livro há pontos em comum. O primeiro é que as pesquisas que deram origem aos textos se desenvolveram segundo uma metodologia qualitativa, marcada pela centralidade do papel do pesquisador nas investigações. Diferentes procedimentos de pesquisa foram usados pelas educadoras-pesquisadoras: tertúlias dialógicas pedagógicas, portfolios reflexivos, autoconfrontação simples de práticas, elaboração de retratos sociológicos, autoetnografia e observação participante.
Um outro elemento comum nos capítulos é que as pesquisas foram desenvolvidas segundo os princípios de uma formação colaborativa: consideraram para seu delineamento as características do meio e daqueles que dela participariam quanto a necessidades, anseios, possibilidades e dificuldades; o diálogo pautou todas as ações, no planejamento, na sondagem, da definição de ações, na execução das pesquisas, nos acordos necessários no meio do caminho e na avaliação final das pesquisas-formações, entre outros.
Além disso, participaram, e no caso da pesquisa da Patrícia, participam das investigações, profissionais ocupando diferentes cargos e funções dentro do magistério: professores, coordenadores pedagógicos, assistentes pedagógicos, diretores de escola e gerentes de serviços educacionais. Logo, as pesquisas tratam de processos formativos que se deram com docentes e gestores, por isso se fala aqui em educadoras (e são todas mulheres as que fizeram e participaram das pesquisadoras) e não apenas em professoras e/ou gestoras.
O que emerge desses capítulos são potencias de pesquisa que muito podem contribuir com a formação de novas e novos educadores-pesquisadores, e consequentemente, com a educação básica pública. Emerge também a constatação de que uma vez dada a oportunidade para que os educadores e as escolas possam explorar possibilidades outras de formação que não as em foram de pacotes insípidos e ineficiente, educadores e escolas abraçam estas oportunidades, e ao fazerem isso, demonstrar todo o potencial que possuem para fazer frente aos desafios do cotidianos escolar e educacional, construindo colaborativamente perguntas e respostas possíveis e efetivas, elaboradas pelos profissionais da educação que atuam nas escolas e nos órgãos gestores das redes de ensino.
