Estudos do léxico: aportes teóricos para pesquisa terminológica e fraseológica

Arlon Francisco Carvalho Martins, Vicente de Paula da Silva Martins

TERMINOLOGIA E FRASEOLOGIA: OS DOIS CAMPOS SE ENTRECRUZAM

Este livro toma a Terminologia e a Fraseologia como duas ciências do léxico, no âmbito dos estudos linguísticos, no mesmo patamar da Lexicografia e a Lexicologia, nas suas diversas abordagens. O livro foca os “objetos” da Terminologia: o termo, a fraseologia e a definição. Assim pensando, esforçamo-nos em oferecer aos leitores as principais teorias dos estudos em Terminologia e Fraseologiaa de modo a refletir sobre as possibilidades de pesquisas em Terminologia e Fraseologia e também promover reflexões teórico-metodológicas acerca da descrição terminológica e fraseológica. Para atingirmos estes objetivos, o livro foi dividido em duas partes: a primeira parte dedicada à Terminologia e a segunda parte, dedicada à Fraseologia.

Na primeira parte do livro, começamos pela definição de Terminologia, situando nos âmbitos da teoria Geral da Terminologia (TGT), Socioterminologia, Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT), assinalando Princípios da TCT, Fundamentos da TCT, Objeto da Terminologia e Metodologia da TCT. Em seguida, tratamos da natureza da linguagem de especialidade bem como reservamos uma seção para descrevermos os objetos de estudo da Terminologia, com foco na categoria termo. Encerramos com descrição dos principais estudos de Terminologia no Brasil.

No âmbito da Terminologia, mostramos que são muitas as razões por que devemos descrever uma linguagem de especialidade. Dentre elas encontram-se a busca pela compreensão das linguagens técnico-científicas, cada vez mais presentes nos meios de comunicação e, sobretudo, em nossa sociedade; a facilidade de acesso à informação por todos aqueles que se interessam pelas linguagens de especialidade. Assim, o trabalho terminológico desempenha uma dupla função: a de fixar o conhecimento técnico-científico e a de partilhar esse conhecimento no âmbito da comunicação humana.

O surgimento da terminologia foi motivado pela tecnologia e pela ciência ainda no século XVIII. Ao mesmo tempo, nesse contexto de múltiplos desenvolvimentos, surgiram várias dificuldades que foram sendo superadas com o auxílio da Terminologia, como, por exemplo, a comunicação científica no âmbito internacional e a denominação de técnicas e tecnologias emergentes. Porém, apenas no século XX a Terminologia teve uma orientação científica que lhe conferiu reconhecimento como atividade socialmente importante (REY, 1995 apud CABRÉ, 1998, p. 1).

A Terminologia1, como área do conhecimento, adquiriu caráter científico com seus princípios teóricos e bases metodológicas a partir da década de 1930, e, mais recentemente, obteve reconhecimento social e político em escala internacional.

O século XX testemunhou novas mudanças no cenário econômico, político, e social que afetaram drasticamente a ciência e o conhecimento prático. É incontestável que qualquer atividade humana, em qualquer domínio do saber, demanda um grande número de conceitos que exigem um conjunto de nomes para representá-los e manipulá-los. Consequentemente, houve uma necessidade urgente e concreta a qual a Terminologia teve que responder, frente a questões terminológicas essenciais como a organização, armazenamento e divulgação do conhecimento veiculado pelas terminologias.

É patente que um grau avançado de civilização favorece o surgimento de terminologias, que podem ter um caráter técnico científico ou cultural. Toda e qualquer atividade humana que possua um conhecimento especializado (técnico, científico ou cultural) produz sua terminologia.

Atualmente, desenvolver uma pesquisa terminológica implica escolher uma ou mais abordagens teóricas e metodológicas entre os vários modelos existentes. Isto é, não se pode iniciar um trabalho terminológico sem determinar o ponto de partida teórico e metodológico.

Assim, há teorias alternativas ao paradigma esboçado pela Teoria Geral da Terminologia (TGT): a Socioterminologia e a Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT), construtos defendidos por Cabré (2005a, 2005b, 2003, 2000, 1998, 1995) e seus colaboradores, Gaudin (1993) e Faulstich (2006, 2001, 1996, 1995a, 1995b). Além disso, é possível buscar subsídios teóricos e práticos em outras áreas da ciência do léxico, como a Lexicografia, a Lexicologia, Terminografia, assim como na Fraseologia.

Cabré (1998) define a Terminologia como o estudo do conceito e dos sistemas conceituais que descrevem cada matéria especializada.

Assim, o objeto da Terminologia é o termo2, ou seja, a palavra especializada que denomina os conceitos inerentes às diversas matérias especializadas. Trata-se da linguagem da comunicação profissional, especializada. Segundo Andrade (1998), existe uma linguagem geral, comum a todos os falantes, e várias linguagens de especialidade, dentre as quais as linguagens profissionais, técnicas, científicas ou culturais, peculiares a cada atividade humana.

Segundo Aubert (1998), o conceito de terminologia recobre pelo menos duas acepções divergentes, que é necessário distinguir. De um lado, pode referir-se ao conjunto de termos característicos de determinadas áreas ou subáreas – a terminologia da economia, da medicina, da contabilidade. De outro lado, pode designar o estudo de tais terminologias, o conjunto de pressupostos, métodos e representações que permitem a descrição das linguagens ditas de especialidade.

O conceito de linguagem de especialidade refere-se não apenas ao léxico das tecnologias ditas de ponta, mas a todo domínio do fazer humano, englobando, portanto, atividades domésticas como o artesanato, culinária, áreas por definição específicas de cada atividade humana.

Nesse âmbito, as pesquisas devem identificar o termo descrevendo seu funcionamento, através da atribuição de definições na linguagem realizada em situação de comunicação especializada e descrever a terminologia como comunicação socioprofissional ou sociocultural, com base no modelo linguístico que se queira adotar. Abordagens mais modernas partem de uma visão comunicativa do texto como objeto de comunicação e transmissão de conhecimento.

A segunda parte do nosso livro é dedicada à Fraseologia. Inicialmente, tratamos, brevemente dos estudos linguísticos aplicados à fraseologia geral. Aqui, mostramos o papel de Saussure nas primeiras noções das combinações fixas, hoje, com uma profusão terminológica que chega a pelo menos 100 termos relacionados à fraseologia.

Condessamos estudos sobre as Teorias Fraseológicas, com especial atenção aos conceitos de fraseologia, unidade fraseológica, expressão idiomática e locução verbal. Em seguida, apresentamos as propriedades fraseológicas que estão diretamente relacionadas à pesquisa, a saber: a polilexicalidade, a frequência, a fixação, a idiomaticidade e convencionalidade.

Apresentamos alguns elementos sobre os culturemas como unidades linguísticas, a partir de uma perspectiva lusófona e ilustramos o capítulo com uma pequena lista de expressões idiomáticas de uso frequente nos jornais de grande circulação no Brasil. Por último, trazemos à baila uma discussão sobre “pé de moleque”: afinal, depois da adaptação dos dicionários gerais publicados no Brasil se adaptarem às bases do novo Acordo Ortográfico, estamos diante de composto, locução ou sinapsia.

Os estudos de fraseologia, nos últimos anos, avançaram muito em termos conceituais e taxionômicos como podemos atestar em muitas pesquisas, livros e artigos científicos que abordam as expressões idiomáticas em diferentes perspectivas e, em geral, reveladoras do comportamento verbal, cognitivo e cultural dos falantes, em particular, os nativos.

O ensino de línguas estrangeiras e a lexicografia, em particular, foram os dois campos de trabalho mais beneficiados com todo o legado de estudos linguísticos com foco nas expressões idiomáticas, o que podemos comprovar, principalmente, com a rica produtividade de dicionários gerais e especializados, dirigidos à sala de aula e ao público geral, enriquecendo significativamente o aumento de verbetes com novas subentradas em que são registradas locuções, nominais e verbais, cristalizadas e marcantes na comunidade linguística.

O ensino de LE também foi beneficiado com as novas propostas pedagógicas inseridas na fraseodidática, novo ramo da Fraseologia voltado ao ensino explícito de expressões idiomáticas. A fraseodidática é uma disciplina, no âmbito da Fraseologia, que se ocupa do ensino e aprendizagem sistemática e com base científica das expressões idiomáticas no ensino de idiomas. Seu objetivo consiste em levar os aprendizes a reconhecerem, memorizarem e empregarem as expressões idiomáticas como unidades polilexicais no seu sentido idiomático, e que seu aprendizado possa ser aplicado, adequadamente, em situação comunicativa (ETTINGER, 2008, p.96).

Além de pesquisas voltadas ao ensino de língua, os fraseólogos têm ampliado seu campo de atuação em pesquisas teóricas e aplicadas. Vemos, atualmente, a Fraseologia, enquanto ramo da Linguística ou subdisciplina da Lexicologia já não se limitar a um campo de investigação que interessa exclusivamente aos dicionaristas e filólogos.

Há um crescente interesse de muitas correntes linguísticas pelos estudos fraseológicos, ou diversas abordagens da Linguística Teórica (e Aplicada) como o estruturalismo, a estilística e as mais em voga como a semiótica discursiva, linguística cognitiva e análise do discurso, entre outras, voltam-se ao fenômeno do fraseologismo.

Podemos comprovar com a expressiva terminologia de referências às unidades fraseológicas, sejam elas unidades estruturalmente mais simples ou curtas (por exemplo, compostos ou locuções nominais convencionais e cristalizadas) ou mais complexas (por exemplo, as locuções verbais, as parêmias e os provérbios) enriquecendo significativamente as chamadas unidades significativas da língua maiores do que as palavras.

Enfim, desde as primeiras observações do linguista estruturalista Saussure, no início do século XX, ao analista do discurso Dominique Maingueneau, nos dias atuais, há uma clara atenção dada pelos linguistas à questão dos fraseologismos, especialmente quando atualizados no discurso.

Ganhamos muito com os estudos linguísticos até aqui realizados em benefício da Fraseologia à medida que passamos a ver as unidades fraseológicas num continuum, isoladas nos dicionários à disposição dos consulentes ou imersas no discurso dos falantes, com propriedades estruturais, funcionais e semânticas bem sistematizadas em livros e artigos acadêmicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado, defendidos por russos, alemães, espanhóis, americanos, franceses e brasileiros, especialistas de várias áreas da Linguística contemporânea, que tomaram as unidades fraseológicas, particularmente parêmias, os provérbios, as locuções e as expressões idiomáticas como seus objetos de pesquisa.

Houve, realmente, por parte dos pesquisadores em Fraseologia, uma preocupação em descrever todo um panorama idiossincrásico desses países a partir dos fraseologismos gerais, produzidos e compreendidos por seus falantes nativos e, em muitos casos, os fraseologismos especializados ganharam também um espaço relevante no campo da Lexicografia Especializada. Refiro-me, aqui, mais especificamente, à terminologia, de impacto tão significativo na sociedade do conhecimento e das novas tecnologias.

Somente, nos anos 70 do século passado, os psicolinguistas passaram a se preocupar com o comportamento verbal dos falantes no chamado processamento cognitivo das expressões idiomáticas.

Os falantes, participantes das pesquisas, eram, no entanto, prioritariamente, nativos da língua e isso reduzia o alcance da pesquisa em termos de confirmação de hipóteses gerais sobre os processos de compreensão idiomática.

Aliás, essas hipóteses gerais postulavam sobre processamento das expressões idiomáticas, mas praticamente se baseavam nos estudos clássicos de filosofia da linguagem e da semântica acerca da problemática do sentido literal e do sentido idiomático das expressões complexas.

Nas décadas 80 e 90 do século passado e, mais recentemente, os primeiros dez anos do século 21, as hipóteses psicolinguísticas a respeito do processamento fraseológico ganharam ainda mais força para a aplicação de experimentos psicolinguísticos aos falantes de uma língua e fundamentaram-se, mais uma vez, em aportes teóricos da Filosofia da Linguagem e da Lexicologia e, especialmente, nas teses da composicionalidade e da não composicionalidade semântica, de herança fregeana (FREGE, 1971).

Importante, já aqui assinalar que entendemos a hipótese semântica baseada no princípio de composicionalidade de Frege como aquela que permite aos falantes de uma língua a identificação dos padrões sistemáticos de combinação dos sentidos e, daí, são capazes de representar, em consequência, uma generalização sobre a maneira regular e sistemática de construir o sentido das expressões complexas, particularmente as expressões idiomáticas (ESCANDELL VIDAL, 2011, p. 28-29).

Quando a compreensão é objeto de estudo da psicolinguística, os pesquisadores têm basicamente partido, como descreveremos mais adiante em nosso trabalho, de duas correntes teóricas de processamento cognitivo: as teorias léxicas e as teorias composicionais.

As duas correntes de pesquisas psicolinguísticas, apesar de apresentarem achados interessantes sobre a compreensão das expressões idiomáticas em americanos e europeus, especialmente adultos, não levaram em conta o que ocorre em termos de processamento fraseológico em sujeitos não nativos de uma dada língua. Saber o que se passa na mente de um não nativo de uma língua, durante o processo de compreensão das expressões idiomáticas, é, em termos de pesquisa científica, uma carência informacional que deve ser preenchida com novas pesquisas sob a égide da Psicolinguística.

Contextualizados nessa linha temporal, os estudos linguísticos, que têm como objeto a fraseologia, agora ganham força com a psicolinguística experimental. Assim, convém salientarmos que nosso estudo tenciona contribuir, teoricamente, para os estudos de fraseologia à luz de hipóteses psicolinguísticas já consagradas nos meios acadêmicos, mas com o seguinte diferencial: iremos fazer experimentos psicolinguísticos com não nativos, estudantes universitários de países africanos lusófonos.

A escassez, na Europa e no Brasil de teses que tratam especificamente de aspectos psicolinguísticos na compreensão de expressões idiomáticas é, ao certo, um dado que deve ser considerado no acolhimento de nosso estudo.

Vamos, a seguir, descrever, resumidamente, o que tem sido produzido no exterior e no Brasil, em termos de dissertações e teses cujo objeto de estudo é a fraseologia ou, mais propriamente, as expressões idiomáticas.

Na Europa, especialmente Espanha e Portugal, a produção de teses de doutorado é profícua, mas, segue, na sua maioria, paradigmas estritamente linguísticos, notadamente os relacionados à lexicografia ou à semântica composicional, o que podemos comprovar com os estudos mais antigos, na Espanha, como os de Blasco Mateo (1999) e Forment Fernández (1999) e os recentes, em Portugal, como a tese de Polónia (2009) e, na Espanha, as teses de Olza Moreno (2009) e de Detry (2010), esta última, inclusive, foca a problemática da compreensão das expressões idiomáticas a partir de uma perspectiva cognitiva.

No Brasil, desde o ano 2000, temos constatado que as pesquisas de Ortiz-Alvarez (2000); Saliba (2000); Lodovici (2007); Costa (2007); Pedro (2007); Assunção (2007); Conrad Sackl (2007); Nogueira (2008); Fulgêncio (2008); Leme (2008); Gomes (2009); Riva (2009); Ximenes (2009); Carvalho ( 2011); Fernandes (2011), entre outros, têm realizado estudos das expressões idiomáticas sob um enfoque léxico-morfossintático-semântico, em diferentes abordagens, que permite a observação do comportamento das unidades fraseológicas em situações sintáticas, lexicais e semânticas ou, em outros momentos, os pesquisadores dão um tratamento peculiarmente lexicográfico ou tradutório às expressões idiomáticas, como acontece, por exemplo, com a problemática da tradução das expressões do português para uma língua estrangeira (sobretudo o inglês, o espanhol e o francês) e vice-versa. A tese de Ortiz-Alvarez (2000) é um exemplo dessa tendência nos estudos linguísticos.

No Brasil, de modo geral, as pesquisas, no campo dos estudos da linguagem, têm deixado de lado as questões relacionadas à aquisição, compreensão e produção das expressões idiomáticas. As que deram um tratamento cognitivo às expressões idiomáticas são escassas, como a de Lodovici (2007) e a Fulgêncio (2008).

Em se tratando de esforço de situar os estudos fraseológicos no centro das discussões dos atuais estudos linguísticos, citaríamos, entre as universidades brasileiras, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal do Ceará, como as que têm dado uma contribuição importante para os estudos das expressões idiomáticas (por vezes, consideradas unidades fraseológicas no campo terminológico, como o jurídico, por exemplo) sob o enfoque  linguístico, mas, aqui e acolá, em alguns trabalhos, recorrem a aportes como a linguística cognitiva, a lexicografia, o funcionalismo e a tradutologia para observarem melhor o fenômeno fraseológico nas produções dos dicionários, no ensino de língua de língua estrangeira e na pragmática.

Mais recentemente, Fernandes (2011) fez uma análise linguística de expressões idiomáticas à luz das teorias da gramaticalização e lexicalização. Entre suas conclusões, a pesquisa aponta que os aprendizes de português como segunda língua precisam de um apoio específico para o estudo das expressões idiomáticas, em sala, uma vez que os materiais disponíveis atualmente no mercado não atendem completamente aos anseios dos docentes e dos alunos com relação ao ensino e à aprendizagem das referidas expressões.

No Ceará, o banco de teses e dissertações do PPGL da UFC nos oferece um pequeno número de pesquisas sobre as expressões idiomáticas, mas são, é verdade, bastante expressivas em termos de interface com outras disciplinas como a História e o Direito, contribuindo para uma maior aproximação entre a Universidade e a sociedade civil organizada.

O primeiro trabalho que iremos destacar, a dissertação de Assunção (2007), volta-se à chamada fraseologia especializada ou terminologia, dando especial atenção às unidades fraseológicas do discurso forense, sob o paradigma da Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT).

Na mesma linha de estudo de fraseologia especializada, a pesquisa de Ximenes (2009) tem como objetivo o estudo filológico e linguístico das unidades fraseológicas (denominadas por ele de UFs) da linguagem especializada do judiciário colonial brasileiro, partindo da análise de um corpus constituído por 133 Autos de Querela escritos, entre 1779 e 1829. Os resultados da análise de Ximenes (2009) mostram as unidades fraseológicas como reflexos da realidade sócio-histórica e cultural do povo nos séculos XVIII e XIX.

Os trabalhos mais próximos de nossa linha de pesquisa são a tese de Gomes (2009) e a dissertação de Carvalho (2011).

A tese de Gomes (2009), de grande interesse para estudos na área de Linguística Cognitiva, trata sobre os mecanismos envolvidos na geração do sentido metafórico/literal das expressões e aponta a natureza do processamento da EI, que pode ser, segundo o pesquisador, de base metafórica ou literal.

Quanto à dissertação de Carvalho (2011), assinala que língua e cultura são fatores diretamente relacionados com a compreensão das expressões idiomáticas, na perspectiva do ensino de língua estrangeira. Com base nesse pressuposto, afirma que o conhecimento das expressões idiomáticas é de fundamental importância para a comunicação, visto que as EI são utilizadas constantemente por falantes nativos de uma língua e não seguem regras sistemáticas. Para a pesquisadora, as EI são de suma importância para o desenvolvimento da competência comunicativa efetiva em língua estrangeira.

Ainda no Ceará, no Curso de Mestrado Acadêmico em Linguística Aplicada da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Andrade (2007) apresentou um estudo, com base na teoria da metáfora conceitual, no qual defende um modelo de macro e de microestrutura para um glossário monolíngue em espanhol de unidades fraseológicas usadas para expressar raiva.

A originalidade da pesquisa de Andrade, ao certo, está em, sob essa perspectiva da linguística cognitiva, propor, para seu glossário monolíngue, uma microestrutura constituída pelos elementos lexicográficos (entrada, referência gramatical, referência sintática, definição, contexto e fonte) com base nas imagens metafóricas que licenciam as expressões idiomáticas. A seguir, apresentaremos brevemente os distintos capítulos da pesquisa de Andrade.

Os autores

Ano de lançamento

2019

Autoria

Arlon Francisco Carvalho Martins, Vicente de Paula da Silva Martins

ISBN [e-book]

978-85-7993-825-2

Número de páginas

214

Formato