Os capítulos que compõem esse livro são diários de itinerância elaborados pelas alunas na disciplina Metodologia de Pesquisa e da Intervenção que ocorreu no primeiro semestre de 2024 dentro das atividades obrigatórias do PROGEPE da Universidade Nove de Julho, campus Vergueiro, em São Paulo.
Elas foram se envolvendo com a disciplina, as leituras, as atividades, os diálogos em sala de aula, as colegas e comigo, a professora. E esse envolvimento delas foi sendo exposto verbalmente em sala e nas atividades escritas que compuseram a disciplina. Eu fui propondo que olhassem para a experiência que se estava apresentando a elas como grupo, e individualmente. Propus que olhassem para o percurso que foram construindo, para que como se sentiam no primeiro dia e nos dias subsequentes. Se notavam alguma diferença em como se viam, em como viam suas pesquisas e as diferenças foram sendo notadas. Esse diálogo trazia várias vozes: os autores, seus saberes profissionais, experienciais e pessoais, seus sonhos, sentimentos, dúvidas e novos saberes.
Os diários, digamos assim, pediram para que fossem escritos. Como não registrar o que foi aprendido nos nossos encontros? Escrever os diários foi também uma oportunidade para que elas olhassem para si como autoras e como educadoras-pesquisadoras.
As autoras dos capítulos, mestrandas em educação, são professoras, coordenadoras pedagógicas, diretoras de escolas e supervisoras de ensino das redes públicas de São Paulo. Atuam na educação há pelo menos uma década. Já ocuparam diversos cargos em suas redes e em outras redes de onde, eventualmente, saíram. Algumas já passaram pelo ensino e pela gestão na rede privada. Já fizeram vários cursos de especialização, participaram de formações continuadas em suas escolas e diretorias de ensino, deram formações, organizaram eventos, foram a congressos, feiras e exposições pedagógicas. Participaram da educação de centenas, quiçá, milhares de alunos.
Entretanto, como pesquisadoras, a disciplina as encontrou calouras. É certo que elas em muito investigaram as próprias práticas. Penso ser impossível estar docente e não se sentir impingido pelos desafios do cotidiano escolar a questionar, a investigar, a estudar e a buscar respostas. Este é um movimento de reflexão. Mas o exercício reflexivo que se dá num programa de mestrado profissional é de outra natureza e os capítulos da publicação em tela pretendem oferecer uma mirada do que é possível produzir nesse processo ímpar, dizendo de como esse processo é, e mais importante, como experenciaram uma parte desse processo ao frequentarem a disciplina.
