Apresentação do Livro de Metodologia
Não há neutralidade na escolha do gênero com o qual escrevemos nas ciências humanas só porque segue a rigores acadêmicos. Essa é apenas uma das maneiras possíveis, mas há muitos outros gêneros que cabem dentro de uma dissertação ou tese que lutam, na linguagem, para manterem vivos, abertos e inacabados, aqueles com os quais encontramos enquanto pesquisamos. E esse livro, que não é de metodologia, traz enunciados construídos nessa luta, provocadores de sentidos outros para a escritura como um ato que é ético, mas também é estético.
Cada texto que compõe este campo é uma escritura e, como tal, precisa de forças estéticas, das energias criadas e presentes em muitos gêneros discursivos, disponíveis na linguagem como reservatórios de sentidos, que clamam por sua festa de renovação. É por isso que veremos, nos textos que estão nele, como o Grupo ATOS/UFF respondeu às provocações que apareceram em suas pesquisas. Um olhar para a ciência, para a arte, para a vida e, principalmente, um diálogo a partir da Filosofia da Linguagem, não só com o Círculo de Bakhtin e autores acadêmicos, mas com autores literários, artistas, obras, imagens, fotografias e músicas para chegar ao acabamento provisório dos seus temas de pesquisa.
