É crescente a procura por avaliação fonoaudiológica e psicopedagógica por escolares com queixa de dificuldades de leitura e escrita. O mercado editorial têm à disposição alguns manuais avaliativos contendo testes padronizados pautados em uma concepção estrutural de língua, apartada dos aspectos vivenciais dos sujeitos.
O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de avaliação da leitura e escrita fundamentada na noção de gêneros do discurso de Bakhtin (2003). Entende-se, segundo a perspectiva enunciativo-discursiva, que a avaliação da linguagem escrita deve ocorrer por meio da língua em uso, respeitando-se a sua funcionalidade.
A proposta, que se materializa em um caderno avaliativo (protocolo), destina-se a escolares que frequentam os anos iniciais do ensino fundamental (primeiro ao quinto ano). O texto traz, além do protocolo, uma base teórica voltada à discussão dos conceitos de gêneros do discurso e letramentos, a metodologia de aplicação do instrumento e a ficha de avaliação do escolar.
O caderno avaliativo contempla onze textos para leitura e seis propostas de produção textual. A seleção dos textos será uma escolha do avaliador/clínico, guiada por uma entrevista com os envolvidos, pela queixa (se houver) e pelas condições de alfabetismo observadas na interação. Isto é, a proposta será individualizada e construída pelo profissional no decorrer do procedimento de avaliação. Para avaliação em grupos (por exemplo, em escolas), o avaliador/educador procederá à seleção das propostas conforme as necessidades e condições do grupo a ser avaliado.
O olhar para os dados obtidos com a aplicação do MALEC, ou seja, a análise dos resultados, ocorrerá segundo as percepções, conhecimentos e experiência do profissional.
