Somente no âmbito de uma experiência inventada a muitos corações, este livro é possível. Nem mais nem menos. E quando se diz inventada, é para não dizer vivida, pois o vivido é o que percebemos se atualizar em coisas de um mundo familiar. Os temas abordados não estão presentes lá atrás, numa experiência passada. As experiências, os relatos, os testemunhos, as análises estão presentes no livro exatamente como um índice de derivação e continuidade: o presente é muito maior que um ponto de vista, é muito maior que a experiência de uma vida independente. Podemos dar conta das ondas, em certo sentido, e até em alguns momentos surfá-las, mas o movimento mesmo das marés é muito maior (e maior de uma quantidade intensa) – que as ondas que contamos uma após a outra. No entanto, nas ondas-efeitos conhecemos, também de certo modo, o oceano inteiro. Seu interior é seu limite com o céu. Um tanto de forças se atualiza naquilo que o PFIST, suas autoras e autores tiveram habilidade em trazer no texto, e um tanto outro, infinito, ao redor deste livro, como uma franja a dar sustentação a todo universo provisório que se contorce para dar nascimento ao instante que chamamos de livro. O livro não passa disso: um instante, uma contração de afetos, de corações, de desejo…
