Tanto os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) quanto a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) não contemplaram a disciplina de Educação Sexual, delegando-a aos “Temas transversais” ou aos “Documentos Orientadores”. Talvez por considerar um complemento dos conhecimentos obrigatórios para serem ministrados nas escolas ou por quaisquer outras razões. Foucault nos mostrou, em suas pesquisas de História da Sexualidade, que um movimento significativo ocorreu no século XIX ao transferir este tema da Igreja para a ciência e sendo tratado, a partir daí, como uma questão de saúde pública.
Assim, a Sexualidade deixou de ser um assunto controlado pela religião e passou a ser objeto de pesquisa científica. Porém, até então, limitou-se a questões de controle populacional ou ISTs. Os demais tópicos específicos da humanidade continuaram esquecidos. Bauman, observando um fenômeno social que denominou de “Modernidade Líquida”, enfatizou de maneira singular os aspectos da subjetividade e individualidade no final do século XX, fenômeno esse já classificado por outros pensadores de “Pós-modernidade”.
A partir dessas considerações pensamos ser relevante que a educação contemple o tema da Sexualidade, abordando não somente as problemáticas de ISTs e gravidez na adolescência, mas também analisando as questões humanísticas abordadas por diferentes visões e de maneiras multifacetadas acerca deste assunto.
Nessa esperança, compartilhamos esta coletânea de artigos produzidos em 2021 a partir das reflexões do curso de Mestrado profissional do Programa de Pós-graduação em Educação Sexual da Unesp campus de Araraquara (SP).
