Sob a luz do amor. Ética, Clínica e Transcendência
Autoria: Stephan Malta Oliveira
Em Sob a luz do amor – ética, clínica e transcendência, o leitor irá se deparar com uma obra interdisciplinar, em que a partir da ética da alteridade radical levinasiana, o autor realiza interlocuções com outros campos do conhecimento, como a fenomenologia francesa contemporânea, a filosofia do encontro de Martin Buber, o existencialismo kierkegaardiano, a psicanálise, a psiquiatria e a teologia cristã. No início da obra, o autor apresenta sua indagação central, qual seja: o que levou o filósofo judeu-franco-lituano, Emmanuel Lévinas, a formular a ideia de uma significação pré-originária, o Dizer que antecede qualquer Dito e se faz ética nos encontros face-a-face, a enxergar no Rosto do outro um rastro da transcendência? A resposta provém do fenomenólogo francês contemporâneo, Jean-Luc Marion: tais formulações foram possíveis somente sob a luz do amor. E é sob a luz do amor que o leitor irá se deparar com questões que envolvem a ética, a clínica e a transcendência. É sob a luz do amor que se faz possível uma Fenomenologia do Sensível, na apreensão de fenômenos saturados/inobjetiváveis, os quais saturam as capacidades representativas/conceituais humanas, ao mesmo tempo, que se mostram e se revelam. Seguindo esta direção, o autor propõe uma espécie de epoché radical, que envolve a suspensão temporária de todo pensamento racional/reflexivo, das necessidades narcísicas bem como a abolição de qualquer sentimento de onipotência, resultando no acesso – em oposição ao modo-de-ser reativo/opressor/onipotente/indiferente, o qual é atravessado pelas pulsões secundárias destrutivas e se expressa no plano sócio-político por meio dos diversos processos de desumanização – ao modo-de-ser originário, sensível, exposto, vulnerável e em doação, permeado pelas pulsões primárias de vida, que se expressam nos inúmeros processos de humanização, os quais conferem visibilidade a modos de existência até então invisíveis, como no caso do autismo, exemplificado pelo autor em diversas passagens da obra a partir de sua experiência profissional e pessoal. Por meio desta redução fenomenológica radical, acessa-se a vulnerabilidade constitutiva do humano bem como a Fonte inesgotável de Amor que habita em cada pessoa, ao mesmo tempo em que se apreende o Belo nas artes, na natureza e o Rosto do outro, em sua nudez e indigência, como um vestígio do Infinito. Trata-se de uma autêntica experiência mística, abertura simultânea a si próprio/a e à alteridade, que se traduz numa ação concreta pelo próximo; tudo isto num instante, fora da ordem lógica do discurso, na anacronia do sensível; acesso a uma sensibilidade mais profunda, espiritualidade que se inscreve na carne e se materializa na História nos encontros face-a-face; que se faz, portanto, ética e inspira uma clínica (pós)existencialista, na qual o outro (paciente), em sua alteridade radical, vem primeiro, em sua interpelação ética – Rosto a significar o “não-matarás” ou o “cura-me”; abertura originária, doação e comunhão, vivência do eterno no aqui e agora, do tempo fora do tempo, kairós que rompe com cronos, do tempo escatológico, Plenitude dos Tempos.
Atitude e vivência que faz aquele/a que a experimenta sentir que a vida vale a pena ser vivida.
Mas esta atitude/vivência somente é possível sob a luz e o brilho do Amor…
Ano de lançamento | 2022 |
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Autoria | Stephan Malta Oliveira |
Formato | |
ISBN | 978-85-7993-942-6 |
ISBN [e-book] | 978-85-7993-943-3 |
Número de páginas | 188 |