Políticas de língua, políticas na língua: reflexões sobre diversidade de gênero e inclusão

Organização: Michelle Gomes Alonso Dominguez, Naira de Almeida Velozo, Thaís de Araujo da Costa

Este livro visa contribuir para uma possível tomada de posição de cientistas da linguagem frente ao debate sobre a chamada linguagem neutra, um fenômeno que não se limita à realidade brasileira e tampouco é estritamente ou mesmo principalmente linguístico. Não é um fenômeno estritamente linguístico, mas a todo momento argumentos ditos linguísticos são mobilizados, sob a égide do científico, por não especialistas como se fossem suficientes para colocar um ponto final na questão e silenciar a disputa entre agendas políticas antagônicas. Não é estritamente linguístico, mas por vezes mesmo o debate dito linguístico é atravessado por pautas políticas moralizantes e extremamente conservadoras. Não é estritamente linguístico, mas se diz que é e, ainda assim, nem sempre cientistas da linguagem são incluídos na discussão.  De fato, não é um debate estritamente linguístico, mas, enquanto linguistas (formados e em formação), temos o compromisso ético e político de nos posicionar a respeito, seja para denunciar o modo como determinadas pautas ideológicas se revestem de uma roupagem científica, quando muito pouco ou nada têm a ver com isso, passando a circular nas mídias e nas redes sociais como se fossem a verdade sobre a língua e o mundo a nossa volta; seja para descrever, interpretar e acenar para possíveis caminhos a serem trilhados numa reflexão que conceba a língua não numa acepção estéril e estagnada no tempo e no espaço, mas em sua relação indissociável com os sujeitos e com a história; seja simplesmente para dizer que um determinado argumento é ou não linguístico e que o fato de ser (ou de um dia ter sido) não o isenta de ser mobilizado em prol daquilo que Barbosa Filho chamou de “fascismo linguístico”.

Ano de lançamento

2024

Formato

ISBN

978-65-265-1165-7

ISBN [e-book]

978-65-265-1166-4

Número de páginas

272