PIBID e iniciação à docência em língua portuguesa: do piso da academia ao chão da escola.

Organização: Vicente de Paula da Silva Martins

APRESENTAÇÃO

Em tempos sombrios na Educação brasileira, a frase “ninguém larga a mão de ninguém” registra meu encontro com o professor Vicente de Paula da Silva Martins, que também idealiza a Educação com qualidade em escolas públicas, e somos defensores do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de iniciação à docência), programa em que atuamos como coordenadores de área, no meu caso, na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Cassilândia, MS, no subprojeto Letras- Multidisciplinar e o professor Vicente na Universidade Estadual Vale do Acaraú, na cidade de Sobral, Ceará, no subprojeto Letras-Português. Ambos acompanhamos a notória contribuição desse programa no ensino, pesquisa e extensão nas práticas pedagógicas dos alunos dos cursos de licenciatura inseridos nesta proposta de ensino e aprendizagem, além dos demais envolvidos, professores na atuação de supervisores e alunos da Educação Básica.

Atualmente a tecnologia nos facilita a busca por pensamentos afins, estudos, trabalho e emoções semelhantes, que com certeza nos motiva em nossas crenças, práticas pessoal e profissional. E salve a tecnologia, que permitiu o meu encontro com o professor Vicente, lembrando o conceito de amizade de Garth Henrichs e popularizado na crônica de Vinícius de Moraes Amigos: “A gente não faz amigos, reconhece-os” e assim nos reconhecemos pela semelhança com que idealizamos a Educação, ou seja, como possibilidade de autoconhecimento, conhecer, fazer e divulgar a ciência. O facebook nos apresenta a tantas pessoas relevantes, que até comemora os aniversários de amizade, que merecem ser celebrados, mesmo que ainda a amizade não seja de corpo presente. Por meio desta ferramenta conhecemos os amigos, os amigos dos amigos, seus ídolos, seus familiares, suas crenças, sua atuação profissional e foi nesse item que nossa amizade se consolidou, na luta pela existência da universidade pública com qualidade.

Atuo como coordenadora de área do Pibid desde 2015, na UEMSUniversidade Estadual de Mato Grosso do Sul, na unidade universitária de Cassilândia, inicialmente com o título “Pibid Letras Português/Inglês” com um intervalo de afastamento da oferta do programa em 2017, que resultou em uma resistência na Educação em prol do “Fica PIBID” e novamente voltei a atuar na coordenação no biênio 2018-2019, atualmente com o título “Pibid Letras Multidisciplinar”.

Na versão atual o coordenador de área é responsável pela atuação de vinte e dois pibidianos, enquanto nos anos anteriores coordenava 8 alunos distribuídos nas quatro séries dos Cursos de licenciatura. A nova versão do Pibid permite a atuação dos alunos nas primeiras séries do Curso de lienciatura e para a terceira e quarta séries o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), teve alteração em seu nome, passou a se chamar “Residência Pedagógica”. No entanto, a oferta desses programas somente foi realizada em cursos de licenciatura que tinham número suficiente para oferta de 22 bolsas, ou seja, fortalecer cursos que já estavam em andamento satisfatório e não àqueles que precisavam de incentivo para atrair alunos ao ensino superior.

É claro que nas entrelinhas ou de forma explícita para quem está no contexto político brasileiro, ficou nítido o panorama de contenção de gastos para a formação com mais oportunidade e qualidade nos cursos de licenciatura, princípio de tentativas de desqualificar o nosso trabalho docente e do aluno da graduação.

O curso de licenciatura que não teve alunos suficientes para contemplar as vinte e duas bolsas nos 1os e 2os anos e nos 3os e 4os anos, não puderam ser contemplados com os Programas Pibid e Residência Pedagógica, em 2018, independente das instituições públicas estarem ou não com o quadro de professores efetivos completos nos cursos. Esta análise de avaliação externa, ou seja, as salas de aula devem estar cheias para serem contempladas com bolsas de estudo, valorizam a permanência do que está indo bem, sem se preocupar com o que precisa ser melhorado. Em uma proposta de que “ninguém larga a mão de ninguém”, os Cursos contemplados com as bolsas de estudo em qualquer modalidade precisam registrar e divulgar suas atividades acadêmicas para ratificar que ciência e conhecimentos teóricos não é prática exclusiva da universidade, mas tem seu início na Educação Básica.

Esse pequeno resgate da história do Pibid e apontamentos sobre sua relevância, reflete o valor dessa obra, referente à resistência para sua continuidade, em seu aspecto intelectual, proporcionado aos pibidianos aprendizado em como fazer pesquisa, atuar em sala de aula, resolver problemas cotidianos na área da Educação, refletir sobre teorias acadêmicas, resistir e enfrentar às políticas que desvalorizam a escola pública, assim como disseminar o conhecimento acadêmico, resultado de ensino e aprendizagem na Educação Brasileira, como ocorre neste livro intitulado: PIBID e iniciação à docência em língua portuguesa: do piso da academia ao chão da escola.

Ano de lançamento

2019

ISBN [e-book]

978-85-7993-756-9

Número de páginas

129

Formato

Organização

Vicente de Paula da Silva Martins