O Mato Grosso do Sul (MS) é conhecido, nacional e internacionalmente, por sua biodiversidade exuberante, especialmente associada ao bioma Pantanal. Todavia, em se tratando de sociodiversidade, é um dos estados mais ricos do Brasil. Com 22 comunidades remanescentes de quilombos, 8 etnias indígenas e tantos outros agrupamentos de povos tradicionais, como ribeirinhos, pantaneiros, etc. espalhados pelo território, o MS é um solo fértil para pesquisas antropológicas nesta área, bem como para a produção de conhecimento acadêmico e científico multidisciplinar e decolonial. Em vista disso, o Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul não poderia deixar de ter como um dos seus principais focos de pesquisa esta ampla e complexa seara populacional e cultural do estado, representado pela Linha 2, Povos e comunidades tradicionais, fluxos e fronteiras. Desde que ativado, o PPGAS/UFMS tem se preocupado em dialogar com tais povos e em promover tanto uma produção conjunta de conhecimento, permitindo o ingresso de discentes dessas comunidades por meio de ações afirmativas, quanto em divulgar os conhecimentos desses povos, a partir de uma fina e responsável etnografia. Assim, convidamos o/a leitor/a a conhecer um pouco da nossa Universidade e do nosso Programa de Pós-graduação, a partir da Linha 2.
Linha 2: Povos e comunidades tradicionais, fluxos e fronteiras
Esta linha de pesquisa tem como foco estudos sobre populações indígenas e quilombolas, além de outros povos e comunidades tradicionais, em contextos de múltiplas conexões, apontando para processos de interações, assimetrias, demandas por direitos e manutenção de desigualdades. Questões relativas à educação, território, trabalho, saúde, ritualidades, cultura popular e patrimônio, políticas públicas, direitos humanos e equidade compõem o campo analítico investigativo privilegiado desta linha, em profunda interface com etnicidade, mecanismos de poder e seu enfrentamento, desenvolvimento econômico e desigualdade social. A linha de pesquisa reúne, da mesma forma, estudos sobre deslocamentos, migrações nacionais e transnacionais, turismo e fluxos transfronteiriços, atenta à dimensão histórica, territorial, cultural e geopolítica de diferentes grupos e pessoas em situações de interação social e conflitos, bem como à conformação de identidades em contextos interétnicos e transnacionais. Sinaliza para processos políticos e sociais de controle migratório; para impactos do turismo; redes internacionais de comércio, consumo e mobilidade humana; e para políticas de desenvolvimento e projetos econômicos, regionais e transnacionais.
