A Educação Especial contemporânea vive uma era de grandes revoluções em todos os seus aspectos fundamentais. Porém, entre estes, o que mais se destaca é, sem dúvida, a premissa de que a educação da pessoa com necessidades especiais dá-se a partir de uma cultura de inclusão social, um desejo coletivo e universal de garantir ao deficiente a integridade da pessoa que ela é, plena em sua subjetividade individual e social. No centro da Educação Especial, põem-se, então, as pessoas, em lugar das deficiências que até então carregavam como um fardo. Sim, pessoas como quaisquer outras, singulares como todas sempre são.
Eis o objeto que perpassa todos os sete capítulos deste livro: as pessoas que vimos ganhar espaço e visibilidade ao longo destes trinta anos desde a Declaração de Salamanca no ano de 1994. Com olhar sobre a pessoa com deficiência intelectual –a qual prefiro denominar diversidade intelectual – os autores aqui reunidos desenham pessoas que se empoderam de si mesmas e se tornam sujeitos de vida, dentro e fora do contexto educacional formal, ganhando voz e autonomia para falarem de si em primeira pessoa.
Entre estudos etnográficos e pesquisas sobre narrativas de vida, este livro nos apresenta uma visão revolucionária da pessoa com DI na sociedade contemporânea. Consequentemente, nos ajuda – a nós, seus professores – a compreender o legítimo lugar da pessoa com DI quando se torna aluno ou aluna.
