Ainda e sempre

[…] Os textos aqui reunidos não são missivas como as de Alma e Ichimei mas, em sua maioria, tratam do amor, um amor com intensidade de paixão, registrado em textos como Carta; Eu te amo; Para Cecília, longe; Divagando. Diria que oitenta por cento da obra se dedicam, Ainda e Sempre, para ela: Cecília.
Uma paixão de amante, tal como a vivida pela personagem de Allende. Ao mesmo tempo, alguns dos textos evidenciam serenidade ao conversar com Senhor Deus e discutir o desenrolar do mundo ou estabelecer uma reflexão sobre a passagem para o eterno, como em Agnitio post mortem.
Há, também, reflexões sobre a possibilidade de amor sereno, tal qual em Ana e Elias; Bênção, mamãe; Meus filhos. Alguns textos que parecem únicos e isolados, como Fracasso e Eternidade, evocam reflexões quase filosóficas, diálogos implícitos com Freud e explícitos com Garcia Márquez, Schopenhauer, Tomás de Aquino, dentre outros autores dos quais me lembro meu pai ser leitor. Tais reflexões expressam a necessidade visceral de materializar em palavras a experiência inescapável de sua própria humanidade.

Cláudia Beatriz de Castro Nascimento Ometto