III Bucólica de Virgílio – Edição Bilíngue

Organização: Marcio Luiz Moitinha Ribeiro

O poeta latino Virgílio (70 – 19 a.C.) publicou suas Bucólicas ou Éclogas por volta de 39 a.C., em um momento conturbado, que se iniciara muito antes. A Segunda Guerra Púnica (218-201 a.C.) consolidou a expansão romana pelo Mediterrâneo e a destruição de Cartago e Corinto em 146 a.C. assinalou o domínio inconteste de uma imensa e crescente área em torno ao Mediterrâneo. Para isso, foi essencial o exército de soldados camponeses, mas também levou à concentração fundiária e à profissionalização do exército e ao estabelecimento de veteranos em terras conquistadas. Mário (157-82 a.C.) passou a aceitar proletários nas tropas, armados e pagos para lutar, em 111 a.C. Como consequência, os legionários tornaram-se fiéis e a serviço dos generais, como já no caso de Mário, reeleito cônsul contra a tradição, o que deu início a um período de guerras civis (88 – 31 a.C.) que duraria, com interrupções, até a vitória de Otávio em Actium, em 31 a.C. e a seguinte paz de um novo regime monárquico, o Principado (31 a.C.-235 d.C.).

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Traduzir é sempre trair, mas também recriar, transcriar. A tradução desta III écloga caracteriza-se tanto pela busca da aproximação do original, como por adicionar o que está subentendido e que permite formular com correção gramatical e semântica os versos. O uso de vocabulário rebuscado e pouco frequentado pelo leitor comum constitui uma estratégia para induzir o leitor a aproveitar a profundidade das notas e aproveitar as múltiplas facetas do original, como no caso dos variados sentidos possíveis das palavras ou das construções sintáticas. Com isso, a versão permite ao leitor ser, também, autor, já que se lhe oferecem opções de sentido, algo que se perde nas traduções que privilegiam a língua de chegada, no caso, o português de uso diário. Talvez seja mesmo a melhor maneira de dar conta da falsa rusticidade e popularidade das falas, ainda que exija uma leitura atenta e ativa, à diferença da usual passiva e desatenta do quotidiano. O leitor atento e interessado, mesmo sem conhecimentos de idioma, de literatura ou de História, poderá ter uma experiência única de alteridade. O público alvo é o leitor leigo culto, que conclui por…querer mais, à espera da IV Écloga!

Pedro Paulo A. Funari

Ano de lançamento

2023

Formato

ISBN

978-65-265-0811-4

ISBN [e-book]

978-65-265-0817-6

Número de páginas

49