A ultrassonografia e os gestos da fala

Organização: Giovana Ferreira-Gonçalves, Mirian Rose Brum-de-Paula

A DINÂMICA DO MOVIMENTO: GESTOS COMO OBJETO DE INVESTIGAÇÃO

Mirian Rose Brum de Paula
Giovana Ferreira Gonçalves

A tecnologia do ultrassom, empregada em investigações sobre a linguagem, é recente, mas a proposta deste livro não é o de lançá-la ou reafirmá-la como um recurso indispensável capaz de resolver questões de ordem teórica ou prática. Sem dúvida, novas tecnologias podem fazer avançar teorias e métodos, e ideias podem potencializar o uso dos mais variados recursos tecnológicos. O livro e o foco no ultrassom, porém, trazem principalmente à tona inquietudes, a vontade de aprender mais sobre a produção da fala e os mecanismos que a suportam, além de um forte desejo de melhor compreender a singular conquista dos precisos e delicados gestos que arquitetam a realização dos sons de um idioma materno ou de uma língua adicional.

Para poder observar e especular acerca de fenômenos acústicoarticulatórios, os autores, dentro de seus respectivos laboratórios e universidades, optaram por uma mudança de posição relativa aos seus objetos de trabalho, para inspecioná-los a partir de outra perspectiva. Compreendem, desse modo, que tal perspectiva não corresponde somente a um campo, a uma teoria ou a uma abordagem outra, mas também à adoção de um ângulo diverso, proporcionado pelo deslocamento e consequente troca de posição. É, então, de um inabitual local que a vista se revela, com verdes e frescas nuances de uma paisagem já entrevista. O ultrassom entra em cena nesse contexto.

Na pesquisa internacional, as ciências da fala são alimentadas por investigadores de horizontes muito diversos. Os trabalhos desenvolvidos envolvem equipes compostas por engenheiros, fonoaudiólogos, matemáticos, físicos, filósofos e linguistas, dentre outros profissionais. Além disso, o emprego de ferramentas, físicas e/ou virtuais, é comum porque são, de fato, usuais e porque são, também, compartilhadas. No Brasil, esse tipo de colaboração e prática é menos recorrente, o que explica o pouco emprego de equipamentos de imagem nos trabalhos sobre a linguagem articulada pois, frequentemente, habitam espaços vinculados a outras áreas do conhecimento, áreas que possuem pouco ou nenhum interesse pela língua, sua estrutura e funcionamento.

No ambiente acadêmico brasileiro das Ciências Humanas, a dificuldade na obtenção de tecnologias mais performáticas do que gravadores e computadores é patente. Mas existem exceções, pois, nos últimos quinze anos, alguns linguistas souberam, por meio de editais da CAPES, do CNPq e de agências de fomento regionais, captar, aos poucos, recursos para equipar seus laboratórios de pesquisa. O ultrassom surgiu, então, como uma boa opção de equipamento para o estudo da fala, pois é pequeno, pouco oneroso (comparado a outras tecnologias), sem riscos para os informantes e fornece imagens em tempo real dos movimentos efetuados pela língua durante a articulação de sons significativos. Permite, pois, que o mais veloz e flexível órgão do corpo humano e suas evoluções possam ser observados e analisados no seu tempo e espaço.

A ideia de trabalhar com essa ferramenta chegou ao Brasil por meio de colegas fonoaudiólogos, que possuíam contato com a pesquisa que a incluía em trabalhos sobre queixas de fala. Por razões óbvias, esses mesmos colegas já haviam se tornado também linguistas em cursos de pósgraduação, realizados nas últimas décadas do século XX.

A tradição relativa aos estudos experimentais ligados à fala sempre promoveu alianças, possibilitando a elaboração de projetos comuns, o compartilhamento de materiais, a criação de novos artefatos. A exemplo dessa tradição, encontram-se no ambiente universitário –em que cada área defende o seu próprio território e suas especificidades – frestas mal vedadas para a realização de trabalhos conjuntos, interdisciplinares e/ou de pesquisas cujos métodos e resultados transitam em papers, disciplinas e práticas docentes. Assim sendo, o leitor encontrará, nesta obra, contribuições advindas da linguística e da fonoaudiologia, e verificará que o ultrassom compõe a metodologia dos trabalhos apresentados. Porém, o que de fato une os diferentes pesquisadores é a atenção que voltam para o corpo que fala. Muito do que se produziu sobre a fala excluiu o corpo que a produz. Não somente o corpo, o que o constitui, mas o que o associa à vida, ou seja, o movimento. A atração pelo movimento é, pois, o que verdadeiramente aproxima os autores desta coletânea.

Na introdução de Método gráfico nas ciências experimentais e principalmente na fisiologia e medicina (1878, p. iii), Maray destacou a importância do elemento gráfico para auxiliar a ciência a observar o “estado dinâmico” dos corpos, que escapa aos sentidos e à linguagem do pesquisador. O que o método mostra revelaria, segundo o autor, “a linguagem própria dos fenômenos”. Maray demonstrou o seu apreço pelas manifestações dinâmicas da natureza e a importância de se obter, no papel, transcrições gráficas contendo informações sobre mudanças de temperatura, variações de peso, pressão, volume ou velocidade; sobre o desenvolvimento, duração e ritmo de eventos sucessivos ou que de modo concomitante ocorrem. Médico, fisiologista e inventor, logo percebeu os limites do método gráfico proposto para a “linguagem da vida”. Produziu e aperfeiçoou, então, diversos e diferentes mecanismos para investigar o impalpável, interno e externo de um organismo. Assim, com suas cronofotografias, por exemplo, demonstrou que os movimentos naturais se organizam em segmentos discretos. Para Braun (1983), Maray foi o primeiro a iniciar a incrível e progressiva incursão dentro do invisível.

Atualmente, é ingrata a tarefa de enumerar os diversos equipamentos que podem auxiliar na investigação do “invisível” da fala. Eles representam esforços de muitos indivíduos e a contribuição de vários campos de estudo. Cada equipamento pode revelar um ponto de vista do objeto investigado e o conjunto da aparelhagem existente poderia, talvez, expor toda a complexa engrenagem que envolve as estruturas e os movimentos articulatórios. No entanto, sistemas dinâmicos tão espetaculares, que possam dar acesso ao que internamente ocorre no momento da fala, ainda não estão disponíveis.

De fato, sincronizar alguns materiais (áudio e imagem ultrassonográfica, no caso dos trabalhos aqui dispostos) já é tarefa árdua, requer formação complementar e equipe. Importa ressaltar que, ao longo dos anos, a acumulação de conhecimentos tirou a imagem do papel e a migrou para a tela. Esse feito fornece imagens contendo sequências de estruturas externas ou internas do corpo em movimento ou, ainda, o movimento parado, a postura, prestes a acontecer. Assim, no que tange aos movimentos da superfície da língua, acessível por meio da tecnologia do ultrassom, pode-se indagar e obter bons elementos de resposta acerca de sua posição, alongamento, contração, velocidade, aceleração, ajustes e compensações. Em suma, sobre muitas das ações efetuadas pelos gestos de uma das principais peças do quebra-cabeças da articulação e da coarticulação de segmentos linguísticos.

Este livro contém dez capítulos divididos em duas partes, cada uma com um número idêntico de textos. 23 pesquisadores são os seus autores, vinculados a cinco universidades brasileiras: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/Campus de Marília), Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade Federal do Tocantins (UFT). Nas referidas Instituições, quatro laboratórios viabilizam a realização das pesquisas com a utilização de aparelhos de ultrassom: Laboratório de Análise Acústica e Articulatória (LAAc/UNESP), Laboratório Emergência da Linguagem Oral (LELO/UFPel), Laboratório de Fala (LabFala/UFSM) e Laboratório de Fonética Aplicada (FONAPLI/UFSC).

A primeira parte é iniciada pelo capítulo Ultrassonografia de língua e o uso do biofeedback visual no tratamento das desordens dos sons da fala (DSF), de Helena Bolli Mota. Segundo a autora, uma fatia importante dos pacientes infantis da fonoaudiologia possui DSF e mesmo que, na maior parte do tempo, não se saibam as causas dessas alterações, elas advêm de problemas cognitivo-linguísticos ou motores. A tais pacientes, pistas auditivas lhes são fornecidas, com o intuito de que compreendam o movimento e o modo de posicionar seus articuladores. A autora realiza, neste capítulo, uma revisão da literatura sobre o biofeedback visual na intervenção das DSF, já que nem sempre o input auditivo soluciona os problemas apontados pelos pacientes e seus familiares. Mota constata, então, que os estudos reportados detalham a fase da produção da terapia, mas dão pouca ênfase à fase pré-prática das intervenções propostas com o ultrassom. Sugere, consequentemente, que haja uma maior atenção a essa fase inicial, já que o uso da ferramenta se mostrou promissor nos estágios iniciais de aquisição linguística. O capítulo termina com uma lista de direções para a pesquisa, fornecida pelos próprios autores consultados.

Na sequência, o texto Ultrassonografia de língua na terapia dos distúrbios dos sons da fala: uma revisão sistemática, de Isadora Mayer Rosado, Marieli Barichello Gubiani, Marileda Barichello Gubiani e Márcia Keske-Soares, apresenta, também, uma revisão da literatura concernente ao biofeedback visual ultrassonográfico na terapia dos DSF. Como no texto anterior, as autoras reportam o modo como procederam para encontrar os artigos a serem revisados, apresentando diagramas de fluxo dessa identificação e seleção. Na parte relativa aos achados dessa empreitada, destacam que quase todos os estudos visitados continham as etapas de aquisição, generalização e retenção, ou seja, as três fases necessárias para a aquisição motora do som tratado e que o uso do ultrassom foi eficaz na maior parte das terapias empreendidas. Sugerimos que os dois primeiros capítulos, 1 e 2, sejam lidos num mesmo momento, pois complementam-se: trazem informações relevantes para profissionais que desejam empregar o ultrassom em terapias de fala e fornecem elementos fundamentais para a construção do desenho metodológico a ser implementado na terapia. Muitos achados metodológicos são também relevantes para pesquisadores que trabalham com a fala típica. Destacamos, neste segundo capítulo, a sessão dedicada às limitações encontradas no uso do ultrassom.

O terceiro capítulo, Ultrassonografia de língua na aquisição de língua estrangeira, de Misael Krüger Lemes, Laís Silva-Garcia e Giovana FerreiraGonçalves, apresenta uma revisão das principais pesquisas realizadas, no Brasil e no exterior, acerca da aplicabilidade da ultrassonografia no processo de ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira (LE). Os autores iniciam o capítulo discorrendo sobre os principais aspectos que viabilizam o uso da ferramenta para fins instrucionais, sendo o principal deles justamente o fato de o aprendiz poder visualizar, em tempo real, os movimentos de língua que ocorrem na produção dos sons da LE. Destacam, ainda, o fato de ser o ultrassom uma ferramenta não invasiva, de fácil portabilidade e custo reduzido. Na sequência, trazem a compilação de seis pesquisas internacionais e de cinco pesquisas brasileiras que utilizaram o US como ferramenta de instrução explícita no processo de ensinoaprendizagem do espanhol, francês e, principalmente, inglês.

O quarto texto, intitulado Ultrassonografia de língua na variação da linguagem, de Aline Rosinski, Thalena Evangelista Santos e Mirian Rose Brum-de-Paula, expõe, de modo detalhado, pesquisas sociofonéticas que incorporaram o uso do ultrassom a suas metodologias. As autoras destacam que os dados ultrassonográficos servem, principalmente, para confirmar ou lapidar resultados advindos da análise acústica ou, ainda, mostrar novas facetas do fenômeno investigado. A acústica e a articulação fornecem, então, informações diversas e complementares relativas ao mesmo fenômeno. Porém, para que isso ocorra, adaptações metodológicas são necessárias, pois os equipamentos deixam o ambiente laboratorial para que habitem, temporariamente, uma dada comunidade de fala. Assim, num espaço construído com planejamento, mas sem as condições ideais para a coleta de dados linguísticos, adaptações precisam ser efetuadas implicando, por exemplo, o tempo de registro das produções e o tipo de interação a ser estabelecido com cada informante. Nas considerações finais, reportam aspectos metodológicos do primeiro trabalho brasileiro a empregar o ultrassom em pesquisa de campo. Trata-se da pesquisa de Rosinski (2019) sobre o português brasileiro como língua de imigração.

Parâmetros em análises qualitativas e quantitativas: dados ultrassonográficos de língua, de Bruna Teixeira-Correa e Giovana Ferreira Gonçalves, é o capítulo que fecha, enfim, a primeira parte deste livro. As autoras realizam uma revisão teórica acerca dos parâmetros de análise ultrassonográficos que têm sido utilizados nas pesquisas linguísticas. Na primeira seção, abordam os parâmetros qualitativos relativos às porções da língua, como ponta, dorso e raiz, bem como compilam trabalhos que analisam os movimentos da língua de forma mais ampla nos eixos vertical e horizontal. Na segunda seção, parâmetros quantitativos, como Índice de Excursão do Dorso, Índice de Anterioridade e Índice de Posição de Restrição da Língua são elencados. As autoras destacam que a maior parte das análises incluem, no entanto, os dois tipos de parâmetros, ou seja, qualitativos e quantitativos, cujas escolhas, a serem feitas pelos pesquisadores, determinam, sem dúvida, o sucesso da pesquisa que utiliza a ferramenta ultrassonográfica.

A segunda parte abre com uma Proposta de intervenção com o apoio da ultrassonografia dos movimentos da língua para os distúrbios do som da fala. O capítulo, de Luciana da Silva Barberena, Denis Altieri de Oliveira Moraes, Larissa Cristina Berti e Márcia Keske-Soares, discorre sobre o uso da ultrassonografia como ferramenta de intervenção em terapia fonoaudiológica para a aquisição do tap [ɾ] por duas crianças com distúrbios dos sons da fala. A terapia com o ultrassom se demonstrou exitosa, tanto no que concerne à percepção quanto à produção dos gestos articulatórios que constituem o rótico. As autoras destacam que a ferramenta foi, ainda, capaz de revelar acertos gradientes na produção do tap, ocultos, em análises de oitiva, pela aparente substituição por [l] ou [j]. Os resultados, portanto, evidenciam o quanto a ultrassonografia é promissora para uma aplicação cada vez mais recorrente nas pesquisas e na clínica fonoaudiológica.

Aline Mara de Oliveira, Rafaela Duarte Silva e Izabel Christine Seara, no segundo capítulo desta parte, intitulado Ultrassonografia de língua no desvio fonológico: da avaliação à terapia, trazem à tona um estudo de caso clínico longitudinal contendo um tratamento fonoaudiológico em que o biofeedback visual, por meio do ultrassom, se encontra associado à terapia tradicional (SILVA, 2020). Tal relato é o fio condutor de um capítulo que visa à descrição dos resultados da terapia e à identificação das vantagens e desvantagens da ferramenta ultrassonográfica aplicada à aquisição típica e atípica da linguagem, com foco nas fricativas /s/ e /∫/ pré e pós terapia. O último tópico diz respeito a possíveis desdobramentos da pesquisa fonoaudiológica e linguística com o uso do ultrassom, já que a ferramenta se mostrou promissora em processos terapêuticos e tem avançado do ponto de vista tecnológico.

O terceiro capítulo, Ultrassonografia e erros de fala, de Letícia Bitencourt Uberti, Caroline Rodrigues Portalete, Denis Altieri de Oliveira Moraes e Márcia Keske-Soares, propõe uma caracterização dos contornos médios de língua das fricativas e líquidas /s/, /z/, /l/ e /r/ de adolescentes e adultos com produção de fala típica e Erros Residuais de Fala (ERF). Os autores reportam que os ERF estão ligados à posição ou ao movimento anormal da língua, o que os torna de difícil diagnóstico e tratamento. Estão, pois, vinculados a características de um órgão de difícil acesso visual, o que justifica o uso do ultrassom. O enfoque nos sons fricativos e líquidos foi motivado pela literatura da área, que os consideram como os que mais causam dificuldades de articulação no falante adulto. Esse dado foi confirmado na pesquisa que empreenderam e apresentam neste capítulo. Uberti, Portalete, Moraes e Keske-Soares ressaltam a importância de se investigar a produção da fala de adolescentes e adultos falantes do português brasileiro, pois a “presença de alterações de fala pode influenciar de maneira negativa a vida desses sujeitos no meio social, educacional e profissional”. Em pesquisas futuras, sugerem o emprego de métodos de análise quantitativa, já que a tecnologia do ultrassom, dentre outras ferramentas de imagem, avança, possibilitando a realização de trabalhos sobre as bases motoras da fala de maneira cada vez mais performática e inovadora.

Análise ultrassonográfica de fricativas posteriores em onset silábico em diferentes contextos vocálicos, de Carine Haupt e Izabel Christine Seara, versa sobre a análise e descrição fonética desses segmentos do Português Brasileiro (PB) por meio do ultrassom. Em 2020, as autoras já haviam proposto uma caracterização acústico-articulatória de /r/ em onset silábico. Para tanto, elegeram as vogais extremas [a, i, u] do triângulo vocálico do PB. Neste capítulo, expandiram os contextos vocálicos, incluindo as sete vogais orais da língua portuguesa em posição tônica, aprofundando, assim, os achados encontrados anteriormente. Objetivaram com essa ampliação de segmentos e análises, identificar “o comportamento das fricativas anteriores diante de diferentes contextos vocálicos e contribuir na descrição articulatória da categoria dos róticos”. Como o estudo contou com informantes naturais de Florianópolis, Haupt e Seara, nas considerações finais, instigam os seus pares no sentido de envolver participantes das demais regiões brasileiras na realização de trabalhos semelhantes, para que se possa constatar o “papel de variáveis extralinguísticas na escolha da fricativa que ocupa a posição de rótico em contraposição com fatores linguísticos, como o contexto vocálico”.

Por fim, Patrícia Pereira Melcheque, Giovana Ferreira-Gonçalves e Mirian Rose Brum-de-Paula, no texto Configuração gestual do tap na fala de pelotenses, visam a caracterizar esse segmento rótico em locutores do dialeto de Pelotas. Para tanto, o analisam em sílabas CV, CCV e CVC e investigam a natureza do elemento vocálico adjacente nas sílabas CCV e CVC. A pesquisa tornou possível tratar padrões acústico-articulatórios dos róticos da fala daquela comunidade. Assim, no que concerne à acústica, o segmento foi identificado como tap em sílabas CV e CCV, e como tap e vibrante em sílabas CVC. No que diz respeito aos aspectos articulatórios, a análise revelou que é constituído de movimentos complexos presentes em um único gesto, conforme o que propõe Recasens (2016). O trabalho também apoia os achados de Silva, Clemente e Nishida (2006) quanto à natureza do elemento vocálico que acompanha o tap: possui a “mesma natureza da vogal nuclear em sílabas CCV, mas comporta-se como uma vogal neutra em sílabas CVV medial e final”.

Não é possível finalizar este texto sem, antes, agradecer a todos os colegas que responderam afirmativamente à ideia da elaboração e escrita desta publicação. Agradecemos, particularmente, o pronto auxílio de Márcia e Helena, da UFSM, parceiras de longa data na promoção de eventos e publicações, bem como de Izabel, da UFSC, com quem temos firmado recentes e profícuas parcerias. Indiscutível também é o nosso agradecimento a colegas que estiveram ou que estão em processo de formação na pós-graduação e que assinam, com antigos ou atuais orientadores, a maior parte dos capítulos deste livro. Eles compõem os elementos humanos indispensáveis para que o motor da paixão pela pesquisa e sua aplicação continue vibrando.

Agradecemos, enfim, o apoio fundamental do CNPq, da CAPES e de outros organismos de fomento, como a FAPERGS e a FAPESP, tanto para a criação, aquisição e manutenção de laboratórios de pesquisa que têm na linguagem o seu principal objeto, quanto para a divulgação do que nesses ambientes universitários se produz. Esta publicação é fruto desses investimentos, pois foi financiada com verba proveniente da CAPES. Tal recurso chegou ao Laboratório Emergência da Linguagem Oral (LELO) por intermédio do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Assim, nesse difícil momento que atravessa a população e as instituições brasileiras, continuamos no combate, tentando preservar laços, afinar parcerias e levar adiante ideias e projetos desenhados antes e durante a pandemia da Covid-19.

 

Ano de lançamento

2021

ISBN

978-65-5869-255-3

ISBN [e-book]

978-65-5869-256-0

Número de páginas

288

Organização

Giovana Ferreira-Gonçalves, Mirian Rose Brum-de-Paula

Formato