Caspita!: diversidade linguística ecultural no ensino de língua italiana & Caspita!: lingue e culture italianea confronto : proposte didattiche

Autoria: Wânia Beloni

PREFÁCIO

Conhecer um pouco da jornalista e, acima de tudo, da linguista de mão cheia chamada Wânia Cristiane Beloni é um privilégio que agora está em suas mãos e olhos, caro leitor! No entanto, garanto a você que conhecer o ser humano Wânia Beloni é privilégio em dobro. Sorte de quem (con)vive com esta especialista no respeito à diversidade!

Quando soube que a tese de doutorado da Wânia iria se transformar em livro fiquei demasiadamente feliz. Isto porque sabemos que o livro ainda é mais democrático que a tese, normalmente confinada ao meio acadêmico. O convite para prefaciar a obra, então, Caspita! é um belo presente, haja vista a acurada e importante pesquisa desenvolvida por Wânia em seu doutorado, que pude acompanhar de perto na qualificação e na defesa da tese.

O “Talian”, “vêneto brasileiro”, “dialeto vêneto” ou seja qual for a designação que se dê Prefácio 1 0 | CASPITA! a essa língua — que não pode ser desconsiderada em nenhum aspecto, muito menos nas aulas de italiano standard — é a minha língua materna, aprendida no seio de uma grande família italodescendente (10 irmãos) que migrou de Sananduva, interior do Rio Grande do Sul, para o oeste de Santa Catarina no começo dos anos sessenta do século XX. Logo, as questões discutidas na tese (agora livro) também dizem respeito às minhas identidades e às identidades linguísticas de muitas outras pessoas, que certamente irão se reconhecer nos relatos e na descrição da Diversidade Linguística e Cultural dos Italodescendentes do oeste do Paraná, que Wânia apresenta com rara maestria.

O grande amigo da Unioeste e um dos maiores sociolinguistas brasileiros, Ciro Damke, que também fez parte da banca da tese da Wânia, diria, sem titubear, que é na e pela linguagem que as identidades são construídas e reveladas, uma vez que, conforme já nos ensinava Bakhtin, não existe campo da atividade humana que não esteja relacionado ao uso da linguagem. Desta forma, e retomo aqui os ensinamentos de Damke — com quem não me canso de aprender — a linguagem, além de ser um meio de interação, nos constitui como sujeitos sociais.

Assim, “mexer no vespeiro” da linguagem é se deparar com descobertas surpreendentes, com as identidades dos sujeitos, com as crenças e atitudes, com a cultura de cada grupo, de cada comunidade. Logo, a escolha do tema da tese, agora livro, Caspita! Diversida- 1 1 de linguística e cultural no ensino de língua italiana foi bastante apropriada e as contribuições que a pesquisa traz são inúmeras. Destaco, sem medo de me equivocar, a relevância dos temas abordados: à formação (socio)linguística dos sujeitos; aos estudos de variação linguística; ao ensino de línguas; às crenças e atitudes; ao respeito e à valorização das línguas minoritárias ou línguas de herança… Destaco, ainda, que a pesquisa mostra de forma bastante cristalina as línguas; as identidades e a cultura dos italodescendentes do oeste paranaense, mas que se estendem por analogia aos falantes de vários outros lugares, especialmente do oeste de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Finalizo citando outra grande amiga sociolinguista que muito admiro e com quem aprendo a cada dia, a Marta Scherre, que esta semana me presenteou com este texto no email:

“O Respeito Linguístico é a convivência harmoniosa entre as diferentes formas de falar, seja no plano das diferenças entre as línguas, seja no plano das diferenças entre as variedades no interior de uma mesma língua. As diferenças linguísticas, em qualquer plano, incluindo o social, caracterizam grupos de falantes e são mecanismos identitários. Então, o Respeito Linguístico implica a capacidade de ouvir o outro com seus traços característicos, sem emissão de julgamento de valor, sem brincadeiras de mau gosto, sem o imperioso desejo de mudar a fala do outro, sem silenciamento da voz do outro, sem preconceito, 1 2 | CASPITA! sem intolerância, sem bullying. Para haver respeito linguístico, é necessário que haja respeito entre nós, animais humanos, dotados de instinto e razão, espécimes diferenciados da natureza (…). Só uma EDUCAÇÃO pela paz, no seio da família, na comunidade, na escola, na praça, na esquina, no debate público contra o preconceito e contra a intolerância linguística, pode nos conduzir ao respeito humano e, consequentemente, ao respeito linguístico. Se fizermos isto acontecer, será sinal de que avançamos na implementação do gene da civilidade…”. (SCHERRE, Maria Marta Pereira. Respeito Linguístico. Verbete a sair publicado in Dicionário: rumo à civilização da religação e ao bem viver, organizado por ARNT, Rosamaria de Medeiros; SCHERRE, Paula Pereira. ONG Semente dos Sonhos (http://sementedossonhos.org/wp/). No prelo).

Por fim, caro leitor, é desse Respeito Humano e Linguístico, tão bem definido por Scherre e tão necessário, que você também irá se beneficiar com a leitura atenta deste livro, marca sui generis do ser humano que o idealizou e o produziu: Wânia Beloni, Caspita!

Curitiba, 9 de julho de 2020
(em tempos de pandemia, Covid-19).

Loremi Loregian-Penkal
Sociolinguista e coordenadora do
Centro de Estudos Vênetos no Paraná – CEVEP

_________________________________________________________________________________

PRESENTAZIONE

Studi l’italiano e ami la cultura dei nonni, della polenta e del fogolaro?

In questo libro avrai modo di apprendere la lingua attraverso le molteplici culture del Belpaese e, soprattutto, quelle portate dagli immigrati italiani in Brasile.

Ogni percorso didattico è diverso dall’altro, perché questo testo, questo materiale, queste attività può/possono servire da supporto a te, professore o studente, per andare al di là della lingua ufficiale, aprirti ad orizzonti più ampi e diversificati e scoprire la tua vera identità.

Con queste proposte didattiche potrai approfondire quegli aspetti dell’italianità visibili e percepibili agli occhi e alle orecchie, ma anche le ideologie diffuse nella società. Spero che questi strumenti didattici possano aprire al dialogo, ai fine di (ri)costruire l’identità, soprattutto per coloro che hanno il talian come lingua materna o che convivono con discendenti di italiani.

Parto dal contesto cascavelense e brasiliano, per istruire gli studenti sull’italianità e farli riflettere sulla storia, la lingua e gli usi e i costumi.

Tramite questi percorsi spero che sia possibile contribuire allo sviluppo di competenze socio(inter)comunicative, cioè, sociolinguistiche e socioculturale.

Spero anche che, con queste proposte, si possano cogliere le differenze tra la cultura del discendente italiano e la cultura italiana contemporanea, sotto diversi aspetti: gastronomico, linguistico, storico, culturale, comportamentale.

La lingua e la cultura si sviluppano attraverso processi storici: pertanto, festività, canzoni, costumi e tradizioni possono essere compresi solo quando sono collegati al contesto sociale, alla storia di un popolo. A questo proposito, ritengo di fondamentale importanza mettere in relazione questi aspetti, portandoti a comprendere il contesto della colonizzazione italiana in Brasile.

Inoltre, credo che lavorare con gli stereotipi diffusi nella società sia non solo un modo divertente di insegnare e apprendere, ma soprattutto un mezzo per consentire la rottura di tratti stereotipati e proporre relativizzazioni della conoscenza culturale.

Dopo questo viaggio linguistico e culturale, spero che tu, caro lettore a qualsiasi titolo, sia più preparato/a per comprendere ed intervenire nel mondo di italiani ed italodiscendenti con occhi diversi e animo più aperto e disponibile!

Ano de lançamento

2021

Autoria

Wânia Beloni

ISBN [e-book]

978-65-00-17573-8, 978-65-00-17574-5

Número de páginas

116, 450

Formato