Crianças, Infâncias e Educação Infantil do Campo: diversidades e conexões Brasil e França

O interesse pelas crianças e suas infâncias, particularmente por aquelas que residem em territórios não urbanos do Brasil e da França, atravessam boa parte dos artigos dessa obra, que é fruto do “I Seminário Internacional – Crianças, Infâncias e Educação Infantil do Campo: diversidades e conexões Brasil e França”, realizado nos dias 01 e 02 de dezembro de 2021, com financiamento do Consulado Francês em Recife-PE-Brasil. No caso brasileiro, os territórios rurais são contextos de diversidades e desigualdades, ao mesmo tempo. A realidade dos territórios rurais na França também apresenta heterogeneidades e desigualdades, mas com configurações próprias, sobretudo quando se observa a proximidade e o distanciamento dos territórios rurais em relação aos territórios urbanos. Dentre os efeitos das desigualdades em ambos os países sobre as crianças moradoras de territórios rurais, ressalta-se a pobreza, a falta de acesso a direitos relacionados à saúde e educação, bens e serviços. O diálogo entre pesquisadoras e pesquisador dos dois países evidenciou questões comuns em seus estudos – como o interesse pelas crianças – e focos específicos em relação a elas: a Educação do Campo e a Educação Infantil, vistas pela ótica das políticas, das práticas, dos contextos e das relações.

Em relação às crianças, a perspectiva de sua agência é apresentada como uma nova possibilidade de pensá-las à luz das Ciências Humanas, o brincar é reafirmado como a principal atividade das crianças na Educação Infantil e o acolhimento é problematizado, considerando a primeira infância no meio rural francês e os bebês inseridos na maior metrópole brasileira. Quando se pensa os contextos, o debate acerca dos territórios rurais assume centralidade na obra, a partir da ótica da Educação do Campo e da Educação Infantil do Campo, enfatizando as populações do campo, com especial interesse nas crianças pequenas, debatendo aspectos gerais e específicos que lhes dizem respeito e analisando a oferta e o acesso dessas crianças à Educação Infantil do e no Campo.

A expectativa é que essa produção seja abraçada por leitores(as) interessados(as) nas temáticas aqui problematizadas e que, a partir dos espaços que atuam, possam ampliar os debates aqui propostos, no sentido de manter na agenda política dos dois países – Brasil e França – o lugar das crianças e dos territórios rurais como sujeitos e contextos que devem ser considerados em seus projetos de nação como realidades constituintes de cada país, e que, como tal, devem estar no horizonte de suas ações.