Currículo Sobradinho – BA

Organização: Celito Kestering, Ducilene Soares Silva Kestering

Hoje se sabe que os grupos são sistemas abertos. Por imperativos genéticos, eles promovem  trocas físicas e culturais com outras comunidades, nativas e/ou de origem externa. As transferências de genes e os intercâmbios culturais revigoram os indivíduos, aprimoram aptidões corpóreas e a visão de mundo. É por isso que, mesmo conflituosas, as relações entre corporações sociais culminam sempre com apropriações biológicas e/ou culturais, tanto pelos remanescentes dos vencidos quanto dos vencedores. Foi assim que, no Nordeste do Brasil, os grupos nativos de origem Tupinambá e Tapuia ingressaram na história, fortalecidos pela vinculação de sangue e costumes do Velho Mundo a milenares estratégias de intercâmbio genético, preservadas nas tradições da Antiquíssima Pindorama. “A estratégia de implantar o gado, e com ele toda uma forma de viver, relacionar-se e de fato submeter-se ao senhor e a seu prestígio, mesmo com toda esta violência e oposição, ia dando certo. No final das guerras todos os grupos; Tupinambás, Caetés, Cariris, e muitos outros acabavam por aproximar-se da forma de viver da colônia, transformando o índio em sertanejo, a caatinga em Nordeste Brasileiro”. (MATTA, 2013, p. 48-49).

Na Fazenda Tatauí nascia-se mestiço. Crescia-se em casa de taipa de estilo nativo. Vivia-se em conformidade com as tradições culturais autóctones. Plantava-se mandioca, milho e jerimum, como sempre fizeram os ancestrais. Cedo familiarizava-se com a criação de gado porque, por bem conhecer o comportamento das espécies silvestres, não era difícil aprender a arte vaqueirama. Assim os Tamoquim fizeram-se vaqueiros e preservaram-se  “dardos de fogo” cuja eficiência o clima, o solo, a fauna e a vegetação exigiram que aprimorassem.

Sobradinho conta com uma identidade robusta, edificada desde sua origem, na diversidade de seu povo, pela história, em parceria com europeus e, atualmente, em fortes vínculos com os imigrantes que vieram de diversos estados da Federação Nacional, para construir a barragem e implantar alvissareiros projetos de desenvolvimento social e econômico. Com sentimentos solidários provaram-se momentos amargos e episódios angustiantes, mas em vitalícia parceria, esqueceu-se nunca, que o progresso alcança-se pelo reconhecimento e respeito à diversidade humana e às outras expressões de vida.

Por conhecerem os profissionais da educação, seu relevante papel na formação da identidade do município, evidencia-se hoje maior autoestima, identidade reconhecida e territorialmente bem representada pelo povo Tatauí. Nossa gente destaca-se em vários planos e ações que se propõe realizar. Parabéns ao educadores e ao povo Tatauí!

 

Ducilene Soares Silva Kestering

Secretária Municipal de Educação

 

Regis Cleivys Sampaio Bento

Prefeito Municipal

Ano de lançamento

2022

Formato

ISBN

978-65-5869-981-1

ISBN [e-book]

978-65-5869-982-8

Número de páginas

704

Organização

Celito Kestering, Ducilene Soares Silva Kestering