Ensaios estético-filosóficos: teoria crítica e educação. Vol. 2
Autoria: Bruno Pucci
INTRODUÇÃO
Ensaios Estético-Filosóficos: Teoria Crítica e Educação, Vol. 2, é a segunda coletânea de textos que seleciona escritos meus relacionados à estética, à filosofia e à educação, produzidos nos últimos 22 anos (1999-2021). Foram essas três áreas das ciências humanas que nortearam minhas atividades acadêmicas e científicas nesse período, em que trabalhei como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba. E a corrente filosófica que desde 1991 orienta meus estudos, exposições e produções científicas, é a Teoria Crítica da Sociedade. Nessa perspectiva, todos os textos publicados nesta segunda coletânea, à semelhança da primeira, dialogam criticamente com esse referencial teórico.
Privilegiar a Teoria Crítica da Sociedade não significa menosprezar as outras 03 correntes filosóficas que orientaram anteriormente meus afazeres acadêmico-científicos – a EscolásticoTomista das graduações em Filosofia e Teologia (1958-1966); 2) A fenomenologia, do curso de Especialização em Teologia Moral e do 10 Mestrado em Educação (1966-1977); 3). A Filosofia da Práxis, de Antônio Gramsci, do doutorado em Educação (1978-1991). Em contraposição, reafirmo que as 03 correntes filosóficas continuam atuantes em meus escritos e proporcionam-lhes densidade, substância e historicidade.
A Coletânea, como destacada nas páginas iniciais, é dedicada ao CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – como uma forma de homenagem e de agradecimento a essa instituição que, por 36 anos, me ajudou e subsidiou investigações científicas, organização de eventos, participação em Congressos Nacionais e Internacionais, aquisição de livros e revistas específicas de minhas áreas do saber e de outras áreas complementares. Como forma de Reconhecimento, ao final da Coletânea, reservo um pequeno histórico ad hoc – “Gratidão ao CNPq” – em que, como em um hino de louvor, exponho com mais detalhes as diferentes pesquisas, eventos, produções científicas, exposições, em que me senti amparado e beneficiado por essa democrática instituição de apoio à ciência e à pesquisa.
À semelhança da Coletânea anterior, os outros 20 textos assumem, na constituição do todo, formas aforísticas e fragmentárias, como uma intencional postura de mimetizar escritos estéticofilosóficos dos três principais teóricos, com os quais os textos dialogam: Theodor Adorno, Walter Benjamin e Max Horkheimer. Nessa perspectiva, 16 textos são desenvolvidos em forma de ensaios, 03 como crônicas do cotidiano e 01 como uma longa narrativa de viagem – pelos “Sertões dos Geraes” –, que aspiraria muito se assemelhar à Viagem à Itália 1786-1788, de J. W. Goethe.
Como dizia Adorno em seu texto paradigmático:
No ensaio “o pensamento não avança em um sentido único; em vez disso, os vários momentos se entrelaçam como num tapete. Da densidade dessa tessitura depende a fecundidade dos pensamentos. O pensador, na verdade, nem sequer pensa, mas sim faz de si mesmo o palco da experiência intelectual, sem desemaranhá-la. (…); o ensaio 11 procede, por assim dizer, metodicamente sem método” (“Ensaio como forma”, 2003, p. 30).
Priorizamos, nesta Coletânea, ensaios filosófico-educacionais relacionados a diferentes modalidades estéticas e a destacados produtores de obras de arte:
a). 02 ensaios abordam temáticas estético-filosóficas específicas, tais como: “A articulação dialética entre o Belo natural e o Belo artístico” (2020); “Filosofia Negativa e Arte: Instrumentos e Roupagens para se pensar a Educação” (2000);
b). 02 ensaios interpretam quadros de pintores como obra de arte: “Os Retirantes” de Portinari, de 1944” (2021) – em que 03 pinturas sobre essa temática são analisadas; as duas obras de Caravaggio sobre a Conversão de São Paulo (2021);
c). 03 ensaios analisam romances como obra de arte: Em “Conversa desarmada: Teoria, Crítica e Literatura. Crítica Cultural” (2011), são abordados, de forma comparativa e sucinta, três romances contemporâneos: Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, de Mia Couto; Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa; Em busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust. No ensaio “O mundo globalizado como realização da utopia de Huxley” (2010), o romance/referência se intitula “Brave New World (Admirável Mundo Novo), de Aldous Huxley. No XVIII ensaio é analisado o romance de formação Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister, de Goethe” (2011);
d). Há um ensaio sobre a peça teatral Fim de Partida, de Beckett (2012); um outro sobre o poema de Drummond de Andrade “Cantiga de Enganar” (2021); e um terceiro sobre a filosofia e a música na formação de Adorno (2003);
e). A modalidade artística mais abordada, bem como o ator/literato mais lido e analisado nesta 2ª. Coletânea são: os contos/estórias de João Guimarães Rosa: 1) – “Espelho”, de Primeiras Estórias (2020); 2). “Buriti”, de Corpo de Baile (2019); 3). “A Estória de Lélio e Lina”, de Corpo de Baile (2021); 4). “Recado do 12 Morro”, também de Corpo de Baile, como parte complementar do ensaio “A articulação dialética entre o Belo natural e o Belo artístico” (2020); 5). “A Benfazeja”, de Primeiras Estórias, como parte complementar do ensaio “A obra-de-Arte como Práxis” (2015); 6). “A Benfazeja”, de Primeiras Estórias, como parte complementar do ensaio “A violência na escola de educação básica em diálogo reflexivo com Benjamin, Adorno e Rosa” (2018); 7). Na narrativa “Viagem pelo Sertão dos Geraes” (2008), há um número significativo de estórias e contos de João Guimarães Rosa, que são apresentados, de forma resumida, no contexto da Comemoração do centenário de nascimento do literato de Cordisburgo, em 2008.
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Bruno Pucci
Ano de lançamento | 2021 |
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Autoria | Bruno Pucci |
ISBN [e-book] | 978-65-5869-257-7 |
Número de páginas | 445 |
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