Ensaios filosófico-educacionais: teoria crítica e educação. Volume 3

Bruno Pucci

DOI: 10.51795/9786558696230

INTRODUÇÃO

Estou publicando este e-book Ensaios Filosófico-Educacionais: Teoria Crítica e Educação, Vol. 3, como uma forma de agradecimento à Congregação dos Padres dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo, que me acolheu em sua comunidade aos dez anos de idade (fevereiro de 1951) e na qual com-vivi até os 30 anos (julho de 1970). Neste ambiente formativo passei minha adolescência e juventude; realizei meus estudos ginasiais, colegiais, os cursos de graduação em Filosofia e Teologia, bem como os cursos de especialização em Teologia Moral e em Teologia Pastoral. No contexto da vida comunitária, aprendi a me relacionar com o outro, a ser disciplinado, a ter prazer pelo estudo, a ser líder, a enfrentar com paciência e resignação as dificuldades e os combates que a vida vai nos colocando progressivamente.

O e-book é constituído por 19 textos, a maioria deles em forma de ensaios. Reservei os três últimos para caracterizar a minha experiência e atuação como seminarista e sacerdote na vida religiosa: o XVIII — “Recomeços: o Padre, o Revolucionário, o Professor: Perfil sobre Bruno Pucci”, de 2006, escrito por Julianne Cerasoli, como um texto para avaliação da disciplina Jornalismo Literário, do Curso de Jornalismo da PUCCampinas, a partir de uma entrevista realizada comigo; o XIX — “Vinte anos na Congregação dos Estigmatinos brasileiros”, escrito para este e-book, em 2021, em que narro, em forma de aforismos, momentos e mementos que caracterizam minha vivência religiosa e sacerdotal e a gratidão por esse extenso e intenso período de experiência humana; e o XX ensaio intitulado “Um Testemunho para os nossos dias: A Igreja Pobre a Serviço dos Pobres”, escrito em 1968, como trabalho final do Curso de 10 Especialização em Teologia Moral realizado em Roma, na Universidade Alfonsiana.

Além do ensaio escrito por Julianne Cerasoli, há a participação de amigos e colegas na elaboração e publicação de outros textos deste e-book: No XII – “Valdemar Sguissardi: origens, formação, escolhas, militâncias e experiências: uma entrevista”, de 2012, há a participação dos colegas de Pós-Graduação em Educação da UNIMEP – Cesar Romero Amaral Vieira e o saudoso Cleiton de Oliveira no bate-papo agradável com Valdemar Sguissardi; No XIII – “O entrelaçamento entre tecnologia, ciência e capital e as bases para um diagnóstico crítico da deterioração da subjetividade”, de 2010, há a participação de Naê Prada Rodrigues, Psicóloga e Mestre pela UNIMEP, na elaboração do ensaio; e o XVII – “O Privilégio da Experiência de Orientar Mestrandos e Doutorandos”, de 2009, é uma entrevista feita a mim por pósgraduandos do PPGE-UNIMEP, cujos nomes não me recordo. Apenas confirmo que a referida entrevista participou como material contributivo na confecção do livro “Orientadores em Foco: o processo da orientação de teses e dissertações em Educação”, escrito por Roseli Schneztler e Cleiton de Oliveira, publicado pela Liber Livros, de Brasília, em 2010.

Os outros 13 textos são apresentados atendendo aos seguintes aspectos e considerações: 2 deles se referem a pequenos ensaios e abordam questões referentes à forma preferencial de se expressar e às características de uma metodologia qualitativa: o IV – “O Caráter assistemático dos escritos de Adorno”, de 1998 e o XI – “Considerações extemporâneas acerca das metodologias qualitativas”, de 2009; o XVI – “Fúria narcísica de alunos contra professores” é o Prefácio do livro de Antônio Zuin, Fúria narcísica de alunos contra professores: as práticas de cyberbullying e os tabus sobre a profissão de ensinar, publicado pela EDUFSCar em 2021.

Dois ensaios se referem ao período em minha vida profissional como pesquisador do CNPq, em que investigava questões relacionadas às novas tecnologias e sua atuação na 11 formação educacional, particularmente as temáticas “Tecnologia, Cultura e Formação” (2003-2006) e “Novas Tecnologias e Teoria Critica: a Educação a Distância Virtual nos cursos de Pedagogia” (2009-2012); São eles: XIV – “A escola e a semiformação mediada pelas novas tecnologias”, de 2009; e XV – “Educação a Distância Virtual e Formação de Professores no Brasil: considerações sobre as Políticas Educacionais a partir de 1996”, de 2012.

Três ensaios abordam temáticas fundamentalmente filosóficas em diálogo com os escritos de Theodor Adorno: o VII – “Sentido(s) da Filosofia hoje. Educação e Filosofia”, de 2000, em que os livros do frankfurtiano Minima Moralia, de 1944-1947 e Terminologia Filosófica I e II – que reproduzem as aulas de filosofia desenvolvidas de maio de 1962 a fevereiro 1963 –, apresentam subsídios pertinentes para se entender a questão central que nomeia e orienta o ensaio; o VI – “Os pensadores na análise dos problemas do seu tempo: lições”, de 2012, em que analiso a atuação filosófica de Schopenhauer na criação do conceito de “Vontade”, que atribui prioridade ao viver, ao querer, ao sentir e não à razão, como proclamava o Iluminismo alemão; e a atuação filosófica de Adorno e Horkheimer na criação do conceito de Indústria Cultural, que atribui um novo olhar crítico à cultura, à arte de seu tempo, nos países tecnicamente desenvolvidos, que se contrapõe à cultura popular, esta sim proveniente das classes populares; e, por fim, o VIII – “Dialética Negativa: Filosofia e Metafísica: tensões”, de 2014, em diálogo com o principal livro filosófico de Adorno, Dialética Negativa, na perspectiva de se atribuir uma nova dimensão ao conceito de Metafísica, em tempos do capitalismo europeu dos anos 1960-1970.

Um outro bloco, constituído por três ensaios, analisa a atualidade do conceito de Indústria Cultural; o conceito de Educação visto como inconformismo e a luta pela formação da individualidade; a importância da qualidade nos cursos de pósgraduação em tempos de neocapitalismo. Assim, o ensaio IX – “Indústria Cultural e Educação”, escrito em 2003, investiga os 12 dois escritos de Adorno e Horkheimer sobre a Indústria Cultural1 , propõe-se a compreender as diferentes características do referido conceito, dialoga com a atualidade e ressalta sua ambiguidade como “possibilidade formativa”, em tempos de neoliberalismo; O ensaio V – “Theodor Adorno, Educação e Inconformismo: ontem e hoje”, de 2010, ressalta que, para o frankfurtiano, a verdadeira autonomia é sinal de inconformismo contra a adaptação, contra a manipulação, contra a opressão do indivíduo em seu enfrentamento do social; que o processo de adaptação desmesurado é resultado de um posicionamento passivo do indivíduo frente ao coletivo; e, em diálogo com Zygmunt Bauman, o ensaio ressalta que emancipar-se é cultivar o inconformismo e a individualidade, é contribuir para que o indivíduo supere progressivamente sua dimensão de jure e atinja a sua individualidade de facto; O ensaio X – “A qualidade na PósGraduação em Educação: em busca do tempo perdido”, de 2011, de um lado, investiga o papel significativo da Pós-Graduação e da pesquisa científica na sociedade em que vivemos; ao mesmo tempo em que caracteriza a Pós-Graduação como o lugar por excelência da produção científica e da socialização de seus resultados, faz menção à minha experiência de quarenta anos como docente e pesquisador no Ensino Superior, a contribuição na formação de mestres, doutores e pós-doutores e a socialização da produção científica através de livros, artigos científicos, capítulos de livros e conferências.

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Bruno Pucci

Ano de lançamento

2021

Autoria

Bruno Pucci

ISBN [e-book]

978-65-5869-623-0

Número de páginas

450

Formato