Os textos que compõe esse livro tratam da chamada geo-grafia do des-envolvimento que se realiza pela territorialização do capital através dos grandes projetos, esses dispositivos territoriais capazes de suspender, em termos políticos, jurídicos e normativos, toda a complexidade e diversidade territorial dos espaços nos quais se instalam. Assim, para se realizarem, esses projetos solapam as condições de realização de outras geo-grafias de povos, grupos e comunidades. Mas essa geo-grafia é marcada também pela r-existência, luta e protagonismo de povos, comunidades e movimentos sociais pelo direito ao território. O território tem funcionado como um dispositivo de agenciamento político na luta por direitos e justiça. O direito ao território é uma espécie de condensador de outras formas de direitos, o direito à habitação, à produção, à terra, à água, aos recursos naturais, à soberania alimentar e hídrica, à afirmação dos modos de vida, das identidades, memórias, ancestralidades, dos sentidos ontológicos de ser e existir.
