Ao longo de sua existência, o Grupo de Pesquisa Juventudes, Culturas e Formação (GPEJUV-UFAL) vem realizando importantes pesquisas com e sobre jovens, seus processos formativos e suas práticas culturais em espaços escolares e não escolares, tendo como foco principal o estado de Alagoas, em diálogo com pesquisadores/as de outras universidades brasileiras e internacionais. Para celebrar o fechamento dos seus primeiros dez anos de vida e o início de uma nova década de atividades de pesquisa, de ensino e de extensão, reunimos um conjunto de textos sobre pesquisas, extensão e experiências formativas realizadas por seus/as integrantes e seus/as interlocutores no decorrer deste percurso. São textos que se confundem com a história do próprio grupo, pois culminam, de alguma forma, com as pesquisas guarda-chuva que deram suporte às investigações que vem sendo tecidas. Parte-se da compreensão da juventude como categoria produzida numa complexa trama de representações sociais e culturais que vão se construindo e se modificando no decorrer do tempo, de acordo com as circunstâncias históricas e as condições sociais, econômicas, culturais, o que faz emergir questionamentos acerca de definições seguras e estáveis sobre o que é ser jovem. Tais questionamentos reverberam nos modos de elaborar as perguntas orientadoras de nossas pesquisas, nos arranjos metodológicos e nas escolhas teóricas que fazemos. As pesquisas do grupo nascem com ênfase nas juventudes da escola de ensino médio, se ampliam para o estudo das juventudes em outros espaços sociais e para aquelas que estão nas universidades.
A atual configuração do grupo GPEJUV é resultado do processo de participação de seus/as integrantes e da interlocução entre professoras de universidades, situadas em diferentes estados do Brasil, cada uma com suas trajetórias acadêmicas, tendo em comum o interesse pelos modos de ser/estar jovem em diferentes realidades, pelos sentidos das experiências juvenis nas periferias urbanas e em relação aos processos formativos vivenciados em múltiplos espaços sociais, na escola e na universidade, a partir de diferentes marcações sociais e identitárias. Desse modo, seus pressupostos teórico-metodológicos visam pesquisar os atravessamentos que produzem sentidos para esses os/as jovens em relação à escola, aos modos de viver nos espaços escolares e não escolares e à universidade. A criação de espaços de diálogo a partir das narrativas de si emergem como um interesse mútuo, com pesquisas e/ou ações de extensão que possibilitam aproximações, encontros e diálogos sobre tais temáticas. Consideramos que estas ações de pesquisa e de extensão contribuem como processos formativos para aqueles/as que delas participam e na produção de propostas educativas e formativas que podem ultrapassar o formalismo burocrático dominante na qual predomina a concepção mercadológica do aprender como algo utilitário, tendo em vista a construção de ressignificações sobre o lugar da escola e dos estudos nas vidas dos/as jovens, como também para a produção de conhecimentos que podem contribuir para as políticas públicas voltadas às juventudes.
