Narrativas de Si

Patrícia Ap. Bioto, Rosiley Ap. Teixeira

A casa de chão de vermelhão a mangueira e a paineira, laços formados pelo tempo, aproveitando cada segundo de uma existência, de histórias vívidas, de histórias contadas e Estórias faladas. Bem doce como os frutos daquela mangueira e leve como as painas daquela paineira, que hoje já cumpriu seu ciclo de vida e não existe mais, isso mesmo, as painas daquela paineira não existem mais, não invadem mais a casa de chão de vermelhão no explodir do fruto, mas as lembranças são invadidas e transbordam sentimentos em cada apresentação que será por aqui lida, sentida e imaginada a voz de cada narrador de sua história.

A casa de chão de vermelhão existia em 2021, já em 2023 não existe mais, quantos sentimentos, ao imaginar as felicidades que ali explodiram, quantas painas entraram por aquelas janelas e portas, não escolhiam por onde entrar, entravam por onde o vento as encaminhavam. As apresentações de vida  dessas pessoas autoras, são mangas e painas e apresentam as dificuldades de alguns momentos de cada história como um fruto de uma mangueira, que é pesado e quando chaqualhado cai, e se não houver alguém para amparar, machuca-se, porém não perde sua doçura, mas todos em suas conclusões chegam a ser painas, que como em uma explosão de sentimentos e emoções, arremessa aqueles “algodãozinhos ou pedacinhos de nuvens” para longe e também lança sementes, o que seria da paineira sem suas sementes que propicia a continuação de sua história.

Uma existência, várias existências, estão representadas nesse baile, onde o vento assopra e quando necessário, muda a direção sem avisar, projetos de vidas, vidas, projetos.

A mangueira ainda existe, persiste e resiste e em todo novembro, ela inicia seu ciclo mais belo, a dos frutos, frutos esses que colhemos, saboreamos até o caroço, e o caroço? A escolha existe e esse caroço é a representatividade de um saborear, o degustar de uma vitória.

Aqui está registrado um “bucadinho” de cada coração, o sol de toda a cor, a casa de chão de vermelhão de cada um, a painas daquela paineira de cada um e as mangas daquela mangueira de cada um; basta olhar no caminho, “pra ver a banda passar”, com as flores, com a chuva, com o cheiro da chuva, um banho de chuva e no ar, as painas daquela paineira como confetes aplaudindo nossas histórias de vida, uma formosura, uma beleza pura, que tal um samba?

Ano de lançamento

2023

Formato

ISBN

978-65-265-0747-6

ISBN [e-book]

978-65-265-0911-1

Número de páginas

209