Relacionamentos amorosos: o antes, o durante… e o depois – Volume 4

Organização: Thiago de Almeida

PREFÁCIO

O amor é um tema presente em toda a cultura humana, nos mais distintos lugares e em toda sua história. Em especial, desde as lendas e mitos orais da antiguidade até as formas de comunicação digitais da contemporaneidade, a cultura é repleta de narrativas e expressões líricas sobre o amor romântico, forma mais popular de designar o relacionamento afetivo-sexual. Todavia, apesar dessa presença universal na cultura e, portanto, na vida, em seu cotidiano ameno as relações amorosas pouco apresentam do que desperte o interesse artístico, a fruição e a curiosidade popular. O motivo disso é que, por um lado, a vida sempre nos apresenta dificuldades diversas e junto da vontade de sermos felizes queremos também saber como os outros conseguiram ser ou que foi que não deu certo; por outro lado, em seus momentos dramáticos, conflitivos, intensos, convulsivos, alucinantes, intempestivos, trágicos e tristes as relações amorosas podem se tornar o elã, a inspiração artística, a razão de viver e o motivo de morrer.

Compreendemos, assim, que embora alguns possam dizer que o amor seja bobagem, muitas vezes tentando convencer a si próprios disso, na realidade, o amor romântico tem uma importância singular na vida das pessoas. E em muitos casos essa importância chega mesmo a ser extremada.

É justamente considerando essa importância que a obra Relacionamentos amorosos: o antes, o durante e o depois se propõe a tratar dos diversos aspectos que envolvem os relacionamentos afetivo-sexuais. Desde as primeiras páginas, logo na introdução, encontramos reflexões com os quais nos identificamos quando o assunto é o amor. Através dessas reflexões, os autores procuram, em cada capítulo, desconstruir preconceitos e estereótipos que prejudicam tanto o engajamento em relacionamentos afetivos quanto o seu desenvolvimento saudável. Os autores demonstram que sem nos darmos conta disto, tais preconceitos e estereótipos se manifestam em comportamentos, em imagens que a cultura produz, reproduz e as pessoas consomem, em expectativas que as pessoas constroem de como as coisas deveriam ser e, em diversos aspectos, na própria linguagem, isto é, nos significados transmitidos pelas palavras, nas formas como as coisas são nomeadas e as pessoas e papéis sociais são designados. Além disso, os autores também procuram oferecer ao leitor algumas alternativas para repensar atitudes e comportamentos, bem como para melhorar a autoimagem e, consequentemente, a autoestima, argumentando ser esta uma condição essencial tanto para um relacionamento quanto para uma vida mais saudáveis.

No conjunto, a obra configura uma espécie de sociologia do amor romântico, todavia com um tratamento mais leve do que um relatório científico, inclusive na linguagem e na apresentação de dados, isto é, de exemplos de situações vividas e outras possíveis de o serem. Por outro lado, apesar dessa facilidade construída para o leitor, os autores não abrem mão de pressupostos teóricos consistentes ou de dados empíricos que comprovam afirmações e dão mais clareza para as análises, ponderações e argumentos. De tal modo, os autores concretizam bem a proposta de falar para um público mais amplo, mantendo um estilo dialogal e mais próximo de seu leitor, sem perder de vista os fundamentos científicos que embasam as informações transmitidas. Por isso mesmo, de uma maneira mais didática, a obra cumpre um papel bastante instrutivo tanto para pessoas que se encontram em situações de sofrimento amoroso quanto para aquelas que, mesmo sem sofrer, não conseguem compreender determinados conflitos de relacionamento e o motivo de não conseguirem manter relacionamentos estáveis.

Nos diversos capítulos, os autores procuram responder alguns questionamentos essenciais que fazemos em relação a nós mesmos e a outra pessoa: Por que eu gosto de quem não gosta mim? Por que eu não gosto de quem se interessa por mim? Por que nunca dá certo? Por que ela deixou de me amar, o que eu fiz de errado? Por que eu gostava tanto dela e não gosto mais? Eu queria gostar dela ainda, era perfeita pra mim. O que eu poderia fazer para ela sentir mais atração por mim? Por que não dá mais certo? Por que a gente não se ama mais como antes? O que eu vou fazer agora sozinho?

Como poderei ser feliz de novo? Eu nunca vou encontrar outra pessoa igual a ela. Eu entreguei a ela minha juventude, como poderei começar de novo?

São essenciais esses questionamentos porque se correlacionam com e, por vezes, determinam a imagem que fazemos de nós mesmos, bem como nossa autoestima. Fundamentalmente, a obra constrói a lição de que relacionamentos positivos, produtivos, saudáveis e mais seguros começam pelo autoconhecimento e pela autoestima. Assim, confirmamos nesta obra aquilo de que sempre suspeitamos: a nossa satisfação amorosa em relacionamentos afetivo-sexuais tem um papel fundamental em nossa existência.

Nossos relacionamentos amorosos podem promover ou arrasar nosso bem-estar, nossos projetos de vida, nossa saúde emocional, social e física quando não somos capazes de compreender os seus diversos aspectos positivos e negativos. De tal modo, como um convite à aprendizagem, este livro nos oferece conhecimento e formas de autoconhecimento para vivermos melhor com a pessoa que amamos e com quem somos, algo que certamente não é apenas o sonho de alguns ou a sorte de outros, mas um projeto de existência de todos nós, simplesmente porque amamos… e amando, queremos amor.

Prof. Dr. Carlos Alberto Turati

Ano de lançamento

2020

Formato

ISBN

978-85-7993-849-8

ISBN [e-book]

978-85-7993-850-4

Número de páginas

277

Organização

Thiago de Almeida