Saberes, memórias e resistências: em produções audiovisuais sobre e por pessoas do distrito do Grajaú-São Paulo

Nas margens dos trilhos do trem que percorre o caminho para o distrito do Grajaú, na periferia sul da cidade de São Paulo, vamos visualizando a gradativa transformação da paisagem. Dos jardins lineares planejados em uma ponta, a áreas de terra ou quase verdes sem cuidados públicos na outra, a desigualdade de classes vai se evidenciando e revelando que nessa sociedade da exploração e nessa cidade, a vida da/o trabalhador/a que habita a periferia vale menos.
Mas, atenção! O que sabemos dessa periferia, afinal? O que ouvimos e conhecemos de quem nela habita? Quais seus saberes, suas organizações, suas resistências ao descaso e à exploração? O que a pesquisa pode expressar de sua realidade social, cultural, e política, atravessando os muros da academia, aprendendo com quem faz a história no cotidiano do seu chão, contribuindo com o ecoar de suas vozes?
Sem a pretensão de dizer sobre os sujeitos que ali vivem, mas sim contribuir um pouquinho com o ecoar de seus saberes, memórias e resistências, o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Crianças e Adolescentes – ênfase no Sistema de Garantia de Direitos, do PPGSS/PUCSP -, tem buscado aproximações com segmentos populacionais do Grajaú por meio da execução do projeto integrado de pesquisa: “Infâncias, Juventudes, Famílias e Sistema de Garantia de Direitos Após 30 anos
do ECA: interinstitucionalidades, intersetorialidades, trabalho social/trabalho profissional e dinâmicas socioterritoriais. Um estudo a partir de São Paulo/SP”, aplicado em várias etapas e buscando diversas fontes, entre elas as que estão sistematizadas neste trabalho, constituído pelo levantamento de mídias
audiovisuais sobre e por pessoas que habitam o distrito do Grajaú. Ou seja, por crianças, adolescentes, jovens, famílias, população enfim, que vivenciam a realidade social local e estabelecem contrapontos, se organizam de diversas maneiras, para mostrar que existem e resistem, criando contínuas e diversas expressões para ecoar a sua voz e fazer valer os seus direitos.
Sem mais rodeios, vamos então “ouvir” um pouquinho dessas vozes!
Abigail Aparecida de Paiva Franco / coordenação e pesquisa
Eunice Teresinha Fávero / Coord. NCA-SGD e Projeto Integrado