Como um uirapuru que sonha, navegamos, atravessamos e caminhamos, e às vezes, nos banhamos nas águas desejando ficar meio que à deriva, na tentativa de (re)organizar táticas aos atravessamentos necessários as pesquisas, e assim fomos margeando rios, igarapés, manguezais, vicinais, florestas e praias. Nem sempre nas margens/fronteiras, pudemos lançar nossas âncoras. Nas andanças e movências vividas pelos territórios, fez-se necessário parar, lançar as âncoras em portos nem sempre estratégicos, ficar à deriva para encontrar saídas que apontem para outras margens, para que a atracação fosse segura. É sobre a escrevivência dessas travessias, que o livro trata, adentrar no território amazônico, é estar preparado para experimentar o manejo de barcos ora em marés mansa, ora em maresias, dirigir motos e carros e poder vislumbrar práticas sociais de crianças eivadas de culturas, saberes, experiências para que seja fortalecida nossa luta pelos direitos das crianças e infâncias das Amazônias à condições de vida dignas e justas, encharcadas de bem viver.
