Sabemos, de antemão, que há leitores de toda ordem.
Nossa preocupação volta-se, nesta obra, para os leitores de literatura, que, desejosos de mergulhar na densidade do texto literário, enfrentam todo tipo de desafio, sejam eles o enorme volume de páginas, a especificidade linguístico-textual de certos autores, a estranheza do conteúdo ou, até mesmo, a dificuldade de encontrar um lugar onde se refugiar e ler.
A esses sujeitos voltamos nosso olhar e, a partir de suas narrativas memorialísticas, assistimos às cenas que pautaram seus percursos leitores, e procuramos, então, reconhecer, nos seus intervalos, os espaços da construção simbólica que ampara ainda hoje suas vinculações com o ato de ler. Dessa perspectiva, indagamos ainda se o reconhecimento dessa matéria simbólica poderia lançar luzes à reflexão sobre as práticas de formação leitora, sobretudo no âmbito da escola.
Convidamos o leitor a mergulhar nessas memórias e invenções que sustentam as subjetividades com as quais interagimos e que tanto nos ensinaram sobre ler e sobre o ser leitor.
