O que é um livro? Apesar de todas as forças dominantes que separaram das nossas possibilidades de ação no mundo a sua escritura, apesar de crescermos em um final de era dominada pela escrita enquanto instrumento de colonização branca europeia, que nos destituiu da terra, do corpo e das palavras, um livro nada mais é que a tradução, em gêneros literários, das nossas palavras vivas. Palavras vivas nas relações que estabelecemos no mundo, contra um mundo construído na base de relações injustas e de desapropriação da riqueza e da beleza, e que não cansa de reafirmar-se em suas instituições e práticas, cotidianamente.
No nosso caso, essas relações se deram no contexto de uma sala de aula universitária, onde estudantes e professoras conviveram por alguns meses, colocando em crise nossas concepções naturalizadas de escola, de educação escolar, de crianças, de crianças de várias culturas, da nossa própria cultura que tem nos processos de escolarização um poderoso suporte de reprodução do social.
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É preciso olhar para as escolas com crítica e com inventividade para que, como estes e estas autoras e autores, elas possam ser afiguradas, pensadas e transformadas.
