A construção do ser docente: narrativas autobiográficas

“Quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem me irá dizer que não existe razão?”. Com humildade e nostalgia, tomamos emprestado o célebre início da letra de música “Eduardo e Mônica”, de Renato Russo, que narra a história de um casal que em nada era parecido. A metáfora de que não se pode negar a razão nas coisas feitas pelo coração não seria mais justa para os textos que o leitor e a leitora encontrarão aqui. O coração, usado como uma metáfora para externalizar aquilo que nosso cérebro transforma em sentimentos, emoções e afetos ao longo da vida, é muitas vezes tido como oposto à razão. E é nesse percurso de vida que as narrativas autobiográficas de docentes em constante (re)construção mostram o oposto: sempre existe razão nas coisas feitas pelo coração. Mais do que isso, ao narrar suas experiências, dilemas e obstáculos, os autores e autoras (re)(co)memoram esse percurso, encharcam de sentidos suas escolhas e trajetórias, imbricando análises que superam o senso comum de que somos seres racionais. Não apenas o pensar, mas o sentir é o que confere a humanidade aos humanos e, portanto, sua razão de ser. Duvida?! Trilhe essas narrativas!!! “Quem me irá dizer que não existe razão?”.

Wilmo Ernesto Francisco Junior