A coletânea que o leitor tem em mãos nos convida a pensar a História de forma mais ampla e plural acerca das muitas vias por onde se constrói o conhecimento histórico e que não se restringe somente ao Brasil mas aos territórios que a ele se entrelaçam, de Angola a Moçambique, a Portugal, sem perder de vista ainda a participação de comunidades que na perspectiva da valorização e cultivo de sua história local, muito contribuem para o contexto histórico nacional, esse que também é levado para onde percebemos um eco de todas essas histórias, a sala de aula. O ponto de partida da obra – o debate teórico em torno da história pública – apresenta possibilidades empolgantes e que englobam uma História que segue na direção do conhecimento histórico escolar, mas também dos conteúdos digitais e os novos “enquadramentos da memória”, ao mesmo tempo em que compreende as tramas da produção do conhecimento histórico no foco midiático, bem como aquele que se constrói fora desses espaços, mas é cotidianamente visitado, revisitado e disputado na arena política e social, tais como os patrimônios sensíveis, invisibilizados, quando não nivelados à um persistente discurso eurocentrado e que se mantém nas malhas do presente.
