De todas as oficinas e exercícios propostos pelos Cadernos do Professor e do Estudante, cumpre evidenciar o caráter exploratório dos textos que a obra em tela acolhe e apresenta; na insistência permanente do que é possível denotar – no estado da arte – acerca da Literatura enquanto canal de potencialidades para o ensino numa formação de base totalizadora. E dessa experiência com a produção artística (poemas e canções) de Arnaldo Antunes, aqui tornada possível socializar a leitura, oferecer convite à apreciação dos(das) interessados(as); no desejo autoral comum de aproveitamento didático para o que constitui, em suma, uma oferta de aplicação passível de concretização em outras salas de aula do país.
São ações como essas, saídas do chão da escola; e propostas no intento de fazê-las passar de mão em mão a outros(as) educadores(as); que fazem a gente esperançar na crença por outra realidade com o ensino de Literatura em séries da formação inicial, ainda quando nessa fase de estudos a disciplina não constitua componente curricular obrigatório e autorizado pelo MEC. O livro vai ao encontro especialmente de uma prática de sala de aula modificadora; eficaz e producente, mas também humana. Que se preocupa no final das contas em formar o cidadão e a cidadã para a vida acontecida; preparando-os para a conquista e o sustento diários do “pão”, na vida adulta, é verdade; mas que igualmente preocupada em não deixar faltar a “poesia”, em caráter de instrução integral, cujos saberes, quem sabe, aproximem mais o(a)leitor(a) da força moral de valorização do indivíduo enquanto ser dotado de alma, para além de coração e mente. E disto, é sabido, só a educação revolucionária é capaz.
