Sentidos da Internacionalização em Educação: Impactos do CAPES-PrInt no PPGE UNICAMP

As escritas e imagens deste livro carregam sentidos múltiplos da internacionalização no Programa de Pós-Graduação em Educação da Unicamp, em linhas singulares desenhadas por estudantes de doutorado que realizaram estágio e intercâmbio de pesquisa em universidades da França, Espanha, Portugal e Bélgica. Recortam a dimensão da internacionalização a partir da circulação de pessoas, produção e objetos, ajudando a travar diálogo em contextos diferentes, enriquecedor para quem está envolvido no processo e mais amplamente para o programa de pós-graduação. De um modo original, que emerge pelas narrativas em imagens e palavras, composição diferencial das experiências formativas e dos gestos de seus registros acontecimentais. Trazem à visibilidade os modos de produção do saber, suas facetas, contrastes, pausas e interrogações. Dentre tantas dobras que a escrita faz sobre o que foi vivido nos estágios no exterior, as forças aglutinadoras das experiências conectam-se às redes de pesquisa e à relação entre países hegemônicos e não hegemônicos na produção científica e nas subjetivações das/os estudantes. As fotografias que estão à espreita de quem fará a leitura do livro, abrindo os capítulos e emaranhando-se entre os parágrafos, subtítulos e citações, bem que podem ser pensadas como ao menos uma coisa bela para si que guardamos do que foi vivido e que desejamos manter viva nas memórias. São nuvens que nascem por entre os prédios, são o círculo do sol tocando o chão da cidade, são uma jardineira de sapatos solitários, são um adeus e um olá, acenados com a mesma mão, e a paradoxal sensação de nem partir nem chegar. São decalques do Brasil para uma pomba poder pousar. São um destaque rosa, como caneta marca-texto em uma paisagem que devém literatura. O texto, a escrita são uma luta vital. Um vitalismo do resistir, percepção de que o intolerável da vida está presente nos cotidianos e que, por isso, é preciso liberar outros possíveis para a vida acontecer.  Não possibilidades que sejam imaginadas a priori e que, assim sendo, nossos desejos apenas a efetivariam e logo seriam capturadas por maquinarias de controle do desejo, do corpo, da liberdade, que nos têm como alvo. O que se busca, com este livro, é uma escrita que coagule possibilidades que são inauguradas no próprio processo de mutação, de invenção e de experimentação.

 

Antonio Carlos Rodrigues de Amorim

(Unicamp)