Poemas para um dia de chuva

Pablo Silveira Ramos

PREFÁCIO

Falar de poesia envolve uma certa aura de mistério. Como escrever poemas? Quem é esse poeta que escreve? E eis que me foi confiada a leitura deste livro intitulado Poemas para um dia de Chuva do autor Pablo Ramos Silveira. Pablo rima com poeta, com poesia e já é nome de escritor. Então, poderia buscar teorias literárias de autores famosos, conhecidos e, sobretudo, alguns desconhecidos e discuti-las hermeticamente para os leitores explicando a criação poética.

Mas faço o contrário, busco em outros poetas o diálogo. Mário Quintana, escritor brasileiro, comentou certa vez:

“E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão.”

Cara(o)s leitora(e)s, para quem aprecia a beleza das palavras poeticamente escritas, pode tomar este livro para conhecer Pablo. Suas poesias são cotidianas. Elas nos trazem o sabor acre, doce, triste, alegre, enfim, todas as antíteses que vivemos, sentimos e sonhamos das horas, das semanas, dos dias, das pessoas urbanas escondidas em seus cantos ou transitando pela cidade. E, para isso, o poeta nos oferece seus versos poéticos, suas prosas diárias e narra um pouco de sua história. Mas para os plantonistas do gênero pode não ser possível classificação! Aviso!

Tomando as palavras de Varvara (personagem da leitura que estou realizando de Gente pobre de Dostoiévski): para dizer a verdade, ainda agora adivinhei pelo seu livro que há algo de errado com o senhor – paraíso, primavera, aromas que voam, passarinhos que chilreiam. O que é isso, penso eu, não haverá aqui versos também? Para quem ler este livro poderá dizer, por exemplo: lembra Drummond, Bandeira… Sim, pode ser estes poetas ou outros em diálogo com Pablo ao longo de sua trajetória como leitor! Depende de cada olhar, de cada enunciado novo construído com a leitura deste livro. Enquanto leitor criei meu diálogo:

Saudações de um outono

A chuva surgiu na madrugada e seguiu…

fina.

fria.

leve como o vento saudando o outono anunciando o frio.

olhava pela janela:

ao norte ainda verde

o cinza do dia vazio.

reli Poemas para um dia de chuva

enquanto a cada segundo.

minuto.

hora.

a vida desaparece.

ficou o sabor dos teus versos

sendo rasgado na boca.

 

E se tu me perguntas se gosto de poesia, te respondo, mineiramente, com Drummond: “Se eu gosto de poesia? Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor. Acho que a poesia está contida nisso tudo”.

Moacir Lopes de Camargos

Guelph, Canadá outubro de 2016

Ano de lançamento

2021

Autoria

Pablo Silveira Ramos

ISBN

978-65-5869-379-6

ISBN [e-book]

978-65-5869-381-9

Número de páginas

98

Formato