A espera por um filho é sempre cheia de expectativas. A sua chegada concede a descoberta do amor mais puro e forte que existe, mas também pode despertar sentimentos de insegurança e medo diante de um diagnóstico inesperado de autismo e do que o futuro lhes reserva.
Com os olhos atentos em seus filhos, os pais desejam infinitamente compreender os mistérios e a complexidade que é o mundo do autista. Quase se tornam investigadores, observando seu filho e buscando informações para melhor apoiar seu desenvolvimento. A sobrecarga emocional chega no período escolar, quando se deparam com as dificuldades do filho em se comunicar e socializar, podendo carrear tristeza pela não aceitação por parte das outras crianças.
Diariamente, os pais enfrentam desafios e precisam encontrar um equilíbrio entre atender às necessidades da criança, lidar com as sensibilidades sensoriais que afetam seu cotidiano e proporcionar diferentes experiências para seu aprendizado. Os desafios surgem, sobretudo, ao lidarem com os empecilhos da educação inclusiva, com a responsabilidade de manter e acompanhar as terapias, com o itinerário terapêutico no sistema de saúde e em conciliar toda essa assistência, tendo em vista suas próprias limitações e responsabilidades.
Crianças autistas apresentam necessidades de rotinas e previsibilidade, o que pode gerar conflitos com a dinâmica familiar, tornando crucial que os pais se lembrem de cuidar de si e dos demais membros da família, tornando-se necessária a construção de uma rede de apoio. Frente às inúmeras dificuldades, as pequenas conquistas no desenvolvimento da criança, por menor que sejam, devem ser comemoradas. É importante valorizar seus esforços e reconhecer o seu progresso, assim como é fundamental o reconhecimento da luta e perseverança dos pais em sempre querer o melhor para seus filhos.
Pai e Mãe, lembrem-se de que não estão sós. Acreditem no potencial de seus amados filhos, mas também em seu potencial de serem simplesmente pais
