Tecnologias digitais no ensino e aprendizagem de línguas: reflexões e propostas pedagógicas na e para além da pandemia
Organização: Alessandra Ribeiro Queiroz, Fernanda Costa Ribas, Lucélia Cristina Brant Mariz Sá, Marco Aurélio Costa Pontes
APRESENTAÇÃO
Alessandra Ribeiro Queiroz
Fernanda Costa Ribas
Lucélia Cristina Brant Mariz Sá
Marco Aurélio Costa Pontes
O livro “Tecnologias digitais no ensino e aprendizagem de línguas: reflexões e propostas pedagógicas na e para além da pandemia” é resultado das reflexões realizadas na disciplina Tecnologias, Ensino e Aprendizagem de Línguas, do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (PPGEL), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), realizada no segundo semestre de 2021, ministrada pela professora Fernanda Costa Ribas. As reflexões que fazem parte desta obra foram feitas por mestrandos e doutorandos do PPGEL, e que também são professores de línguas em diversas regiões do Brasil, atuando em redes públicas e privadas da educação básica e do ensino superior.
A disciplina Tecnologias, Ensino e Aprendizagem de Línguas vem sendo oferecida no PPGEL há alguns anos em formato presencial e objetiva proporcionar aos pós-graduandos oportunidades de reflexão, discussão e experimentação de propostas tecnológicas digitais, relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem de línguas. Em 2021, a disciplina foi ofertada a distância e teve como foco as implicações do uso de tecnologias em tempos de (pós)pandemia. As discussões feitas por meio de encontros síncronos e assíncronos abrangeram, principalmente, o ensino remoto em diferentes níveis, tendo como resultado reflexões e ressignificações do processo de ensino e aprendizagem, bem como propostas pedagógicas, surgidas durante a pandemia da COVID-19.
A pandemia adveio da expansão de uma infecção respiratória aguda, potencialmente grave, com alto nível de transmissão, causada pelo novo coronavírus. A situação de calamidade na saúde pública marcou o período de 2020 e 2021, fazendo surgir uma rápida mudança nas diversas áreas da economia, da saúde, da educação, dentre outras. Como medida preventiva para contenção do vírus, a população se manteve em isolamento social.
Nesse cenário que manteve as pessoas distantes fisicamente de seus trabalhos, das escolas e do contato uns com os outros, as tecnologias digitais ganharam espaço em todas as áreas, especialmente na educação. Ou seja, o isolamento social fez com que o uso das tecnologias digitais se tornasse de grande relevância para a continuidade do processo de ensino e aprendizagem, unindo gestores, professores, pais e estudantes. Telefones celulares, laptops, computadores e Internet passaram a ser essenciais para “cultivar novas conexões, com fins pedagógicos, e promover aprendizagens”, conforme pontua Junqueira (2021, p. 31).
Mesmo antes da pandemia, inúmeras pesquisas já vinham sendo desenvolvidas na Linguística Aplicada em torno do emprego de diferentes tecnologias digitais para se ensinar e aprender línguas, pesquisas essas que reforçam as potencialidades e limitações dessas tecnologias, que tratam das mudanças que essas inserem nos contextos de ensino e que problematizam os impactos dessas tecnologias para alunos como para professores, só para citar alguns temas. A título de exemplo, um levantamento feito por Ribas (2021a; 2021b) contemplando dissertações e teses sobre letramento digital e tecnologias digitais no ensino e aprendizagem de língua inglesa, publicadas entre 2013 e 2016 sintetiza exemplos de práticas pedagógicas empregadas para trabalhar as tecnologias digitais nas escolas e apresenta dados sobre mudanças nas práticas do professor a partir do seu uso, dificuldades encontradas pelos docentes no trabalho com tecnologias nas escolas, bem como aspectos a serem observados no planejamento e execução de atividades envolvendo tecnologias digitais em aulas de língua inglesa.
Além de permitir entender como as tecnologias digitais são empregadas nas escolas nas aulas de inglês (por exemplo, para complementar conteúdos trazidos nos livros didáticos ou para auxiliar os alunos no desenvolvimento das quatro habilidades linguísticas), esse levantamento nos leva a perceber, como apontam também Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015, p. 47), o quanto “o uso de tecnologias digitais no contexto escolar propicia diferentes possibilidades para trabalhos educacionais mais significativos para os seus participantes”. Isso porque a utilização das tecnologias digitais na educação pode oferecer aprendizagens que sejam mais significativas e pode posicionar o estudante de forma mais ativa no processo pedagógico.
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Referências
BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F.M. (org.). Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015.
JUNQUEIRA, E. S. A EAD, os desafios da educação híbrida e o futuro da educação. In: RIBEIRO, A. E.; VECHIO, P. M. M. Tecnologias digitais e escola: reflexões no projeto aula aberta durante a pandemia. 1. ed. – São Paulo: Parábola, 2020. p. 31-39.
MILL, D. Reflexões sobre aprendizagem ativa e significativa na cultura digital. São Carlos: SEaD – UFSCAR, 2021.
MORAN, J. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, L.; MORAN, J. (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. n.p.
RIBAS, F.C. Política de ensino de língua inglesa: a BNCC versus as pesquisas sobre letramento digital e uso de tecnologias digitais. In: SILVA, K.A.; XAVIER, R.P. (org.). Múltiplos olhares para a Base Nacional Comum Curricular. Campinas: Pontes, 2021a, p. 221-240.
RIBAS, F.C. Tecnologias digitais e ensino de língua inglesa na educação básica: o que revelam as pesquisas em Linguística Aplicada? In: LACERDA, M.M; SOUZA, J.R. (orgs.). Tecnologias e o ensino de línguas. Jundiaí: Paco Editorial, 2021b, p. 29-59.
Ano de lançamento | 2022 |
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Número de páginas | 236 |
ISBN [e-book] | 978-65-5869-883-8 |
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Organização | Alessandra Ribeiro Queiroz, Fernanda Costa Ribas, Lucélia Cristina Brant Mariz Sá, Marco Aurélio Costa Pontes |